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Pilotos sofrem com etapa típica do Rally Paris-Dakar

Redação Webventure/ Offroad

Alto Paraíba – Há um ano, os pilotos participantes do VIII Rally Internacional do Sertões esperavam a realização desta etapa de 500 anos (590 km de Palmas/TO a Alto Paraíba/ MA). Nunca antes fora organizada uma especial tão longa, típica de Paris-Dakar. Foram 500 km de trecho cronometrado pelo deserto do Jalapão.

O desafio continua sendo uma verdadeira cruzada, mesmo porque muitos pilotos ainda não chegaram ao destino final. Além de enfrentar os mais variados tipos de terrenos (cascalho, pedras, terra batida e areião) todos deveriam se preocupar em poupar os veículos, o combustível e com navegação, feita por GPS (Global System Position), novidade também no rali.

A organização estimava que os pilotos completassem a etapa em 7h30. Porém, isso não aconteceu e, até o final da noite, grande parte não chegou à Alto Parnaíba. “Era a mais esperada. Ao contrário que todos deveriam fazer, poupar equipamento para conseguir chegar aqui, o pessoal acelerou e ficou um monte de gente para trás. A navegação por GPS foi muito importante e quem não sabia navegar ficou perdido por aí”, explicou o comentarista exclusivo da Webventure, Marcelo ‘Zebra’.

O piloto estreante de moto Carlos Henrique Barbosa (53 Dharma), que corre Production, concorda com ‘Zebra’. “Hoje a gente pode notar que realmente o GPS é fantástico, quando manuseado adequadamente. A gente chegou ao ponto de carimbo (local para reabastecimento das motos) de uma maneira que sem ele era impossível chegar. Isso faz muita diferença. E quem soube poupar a máquina, acho que tende a se dar bem”, concluiu.

Sumiços – Muitos são os motivos que fizeram os pilotos, principalmente os de moto, sofrerem com a especial. José Hélio Filho, por exemplo, campeão do rali ano passado, teve o motor estourado durante a prova com calor do deserto. Outro fator determinante foi o desgaste físico. Ao longo de todo percurso, alguns desciam da moto e empurravam até parar. Após a chegada, já no acampamento da equipes, não resistiram ao cansaço e, imediatamente, dormiram.

Jean Azevedo (08 BikeBox) foi um deles. Antes de deitar, o piloto da categoria Production contou que, com a boa performance de hoje, poderia adquirir a liderança na geral. “Temos que esperar o resultado, mas acho que sim. Deu para passar para primeiro de novo”. Entretanto, o líder Carlos De Gavardo (26 BikieBox), do Chile, já está na cidade.

Acidente – A baixa de hoje foi o acidente do piloto catarinense Jovânio Frutuoso (72 Motorsuper/ Husqvarna). Competidor da Production, ele caiu da moto e quebrou o braço no quilômetro 27. “Estava na especial e vinha no pó. Tinha uma referência de três curecas (nível de perigo). Acabei não lendo na planilha e a moto me jogou pra frente”, completou.

Título bem perto – Largando em segundo, a dupla Édio Fuchter e Luís Tedesco (118 GM) foi a primeira a chegar em Alto Paraíba. Os resultados ainda não foram divulgados, mas provavelmente eles venceram a etapa e se distanciaram ainda mais dos outros concorrentes. “Conseguimos vir num ritmo bom, apesar dos problemas de combustível, a gente teve que parar para transferir do tanque superior para o inferior, e de aquecimento, pois pegamos muito capim na frente. Mesmo com todos estes problemas, conseguimos abrir mais 28 minutos do segundo”, disse Édio.

Segundo ‘Zebra’ apenas uma verdadeira zica pode tirar o título da dupla. “Acho que essa já era. Só se tiverem um azar muito grande, eles não definem a vitória. O caneco está nas mãos deles”. Édio não considera selada a conquista. “Olha, garantido não está, mas estamos bem próximos. Conseguimos abrir quase uma hora do segundo colocado (na geral) e agora para chegar em Fortaleza é só usar a cabeça e administrar”.

Durante toda a madrugada, os competidores continuarão a chegar em Alto Paraíba. Resta saber se os mecânicos terão tempo hábil para reparar os prejuízos. Amanhã, o Rally dos Sertões segue com a nona etapa (571 km da alto Paraíba/MA a Floriano/PI). A especial do dia será rápida, com 125 km em um terreno de cascalho e terra batida.

Este texto foi escrito por: Andre Pascowitch

Last modified: julho 19, 2000

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