Mais do que a pesca predatória, o despejo de produtos tóxicos nos oceanos está se tornando o fator de maior risco para as espécies de fauna e flora marinhas, segundo relatório divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.
O estudo destaca que o excesso de nutrientes levados ao mar pelas águas dos rios, principalmente o nitrogênio usado como fertilizante na agricultura, estimula a reprodução de algas nocivas que reduzem o oxigênio e estão formando “zonas mortas” nos oceanos.
Os pesquisadores afirmam que o número de áreas marinhas pobres em oxigênio vem dobrando a cada década. Dados da ONU indicam que já existem 150 “zonas mortas” no mundo. Algumas chegam a ter 70 mil quilômetros quadrados, como é o caso dos mares Báltico e Negro. O Golfo do México é afetado por nutrientes levados pelo rio Mississipi.
Impactos ambientais – Durante o século 20, cerca de 75% dos estoques de peixes e crustáceos do mundo foram comprometidos pela pesca predatória. “No século 21, o vilão dos mares será o baixo nível de oxigênio, gerado por impactos ambientais causados pelo ser humano nos ecossistemas terrestres”, afirma o relatório.
Cerca de 120 milhões de toneladas de nitrogênio são usadas a cada ano como fertilizante. Desse total, só 20 milhões são retidos nos alimentos, enquanto o restante é despejado pelos rios no mar. O lançamento de esgoto não tratado e as crescentes emissões de gases poluentes são outros fatores que reduzem o oxigênio dos oceanos.
A ONU propõe a redução imediata das emissões, como ocorreu no rio Reno, que conseguiu diminuir em 37% a quantidade de nitrogênio lançada no Mar do Norte, através de um pacto assinado por todos os países da região.
Este texto foi escrito por: Webventure
Last modified: abril 2, 2004