O veleiro da Semp Toshiba com maioria feminina (foto: Daniel Costa/ www.webventure.com.br)
Direto de Ilhabela – A vela feminina brasileira nunca teve tantos incentivos como agora. A popularidade das mulheres da vela brasileira é muito maior nos Monotipos do que em Oceano, mas após a 32a edição da Semana de Vela de Ilhabela essa situação pode mudar.
Dois veleiros inteiramente femininos e mais dois com maioria de mulheres estão competindo em Ilhabela. Um deles é um Skipper 21 comandado por Fernanda Oliveira, que também tem na tripulação sua parceira de 470 Isabel Swan e mais três garotas. Outro é um projeto iniciado esse ano pela BMW, com Caroline Béjar, Andréa Grael no comando e mais seis meninas em um veleiro de 32 pés.
O Crystal Expertise é um veleiro de 30 anos, de Jader Serra, também com 32 pés, que leva a bordo mais cinco tripulantes femininas. Mesmo com o projeto antigo, o Expertise foi o campeão da regata de Toque-Toque no tempo corrigido. “Jogamos com os erros dos adversários. Apesar de ser um projeto de 30 anos, tem o ‘Rating’, que equilibra os barcos”, disse Serra.
Lições – O veleiro Semp Toshiba, antigo BL3 Armação, também tem uma tripulação semelhante, o comandante e tático Ralf Bruder dirige as garotas, que já têm experiência de vela. “Ele está aprendendo muito também, só que é de mulher que ele aprende”, brincou Andréa Videira, que fica no mastro do Semp Toshiba.
Fernanda Oliveira, da classe 470 de Montipo, corre o Match Race Brasil como capitã e na Semana de Vela ela assumiu o comando de um Skipper 21, o Equinautic. “Costumo comandar barcos só de mulheres, tem sido bem interessante. São tripulações diferentes, mas procuramos manter sempre o mesmo esqueleto”, disse Oliveira.
“Na regata de Toque-Toque fomos razoáveis, ficamos em décimo. No Grand Prix tambpem estamos bem. Largamos super bem nas Barla-Sotas, ficamos em quarto”, comemorou a comandante do Equinautic.
A tripulação do Expertise é menos experiente, mas não perde na disposição. “Essa é a nossa primeira regata, estávamos meio desanimadas, mas o nosso patrocinador nos ajudou a puxar a gente para cima”, contou Andréa Rogdick, que está sendo preparada para assumir o comando do veleiro. “Temos a preocupação geral com todas, um carinho grande entre nós. Saímos cheia de hematomas das regatas, mas o pessoal dá o sangue, não economiza”, contou.
Andréa Videira, do Semp Toshiba, está feliz com o desempenho da equipe. “A cada ano estamos melhorando. Adaptamos as manobras para ficarem leves, não precisa de tanta força. Vela é mais jeito que força”.
O veleiro da BMW também começou esse ano a competir com meninas. “Está sendo bem interessante. Aprendo muito, porque vim dos monotipos. As meninas dão sangue, e ao mesmo tempo não tem brigas, nem discussões.”, disse Renata Beloti. É a primeira vez que a tripulação compete junta.
Este texto foi escrito por: Daniel Costa
Last modified: julho 13, 2005