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“Por que eu escalo??”

Como faço praticamente todos os meses, fui à banca atrás da revista americana “Climbing” para ler um pouco sobre as notícias no mundo da escalada. Felizmente temos agora a “HeadWall”, que a partir deste mês estará nas bancas, e mesmo aqueles que não podem pagar caro em uma revista importada ou ler o idioma inglês terão a oportunidade de saber um pouco do que acontece no mundo da escalada.

Bem, voltando ao assunto, a revista “Climbing” geralmente possui excelentes editoriais e colunas que tratam de assuntos polêmicos e ética na escalada, haja visto que a escalada lá está a anos luz em relação a estes problemas.

Mas nesta última edição, de dezembro de 2001 o editorial de Duane Raleight me chamou a atenção pelo seu conteúdo digamos… filosófico. Ao ser questionado sobre o motivo pelo qual escalava nestes últimos 25 anos, ele respondeu com o seguinte raciocínio:

“Já dei respostas como ´porque não sou bom em esportes com bola´ e até ´porque não tenho mais o que fazer´. No entanto, três aviões cheios de passageiros caíram sobre o World Trade Center e o Pentágono em 11 de setembro de 2001. Imediatamente a loja de equipamentos outdoor REI doou cinco mil dólares em dinheiro às vítimas; La Sportiva forneceu 300 pares de botas aos voluntários no resgate; Gregory Montain Products deram sistemas de hidratação; Montain Hardware ofereceu capas de chuva. Clif Bar, Power Bar e Liberty Montain Sports deram juntas mais de 250.000 barras energéticas.”

“Assistindo às notícias na televisão via-se claramente pessoas trabalhando com headlamps da Petzl e Princteon Tec. Paragon Sporting Goods, Eastern Montain Sports, Patagonia e Ramsey´s esvaziaram suas prateleiras também. Em apenas uma semana, mais de três milhões de dólares foram oferecidos em prol da causa humanitária. A generosidade da comunidade escaladora e outdoor nos faz mais próximos uns dos outros. Por isso, agora, quando me perguntarem por que eu escalo, a resposta será bem mais fácil: COMUNIDADE.”

Este texto foi escrito por: Alê Silva (arquivo)