Moto na praia de Cumbuco. (foto: Luciana de Oliveira / Webventure)
Especial, direto de Sobral (CE) – Todo mundo madrugou no primeiro dia deste Cerapió 2004. Nosso comboio de jornalistas despertou às 3h30, em Fortaleza, e por volta das cinco horas, já estava a caminho do primeiro ponto destacado para imagens do dia, em Cumbuco. Ainda eram 13 horas quando já havíamos percorrido o principais ponto do dia, incluindo o belíssimo píer que leva ao porto de Pecem, trechos da praia do Cumbuco e da serra de Uruburetama, a quase 800 metros de altura. No total, carros e motos aceleraram por 341 km nesta quarta-feira até chegarem à cidade cearense de Sobral.
A serra da Uruburetana foi o destaque da etapa. As motos tiveram de encarar o morro que levava à famosa Pedra do Cruzeiro. Lá , no mês de setembro, toda a cidade se reúne para a celebração de uma missa. Para chegar até o topo, há uma estrada calçada, com espécies de capelas por todo o caminho: são três paredes, as laterais decoradas com cruzes, e um teto, tudo branquinho, destacando-se até para quem vê de longe. Em cada capela, a procissão rumo ao Cruzeiro faz uma parada e ali coloca a imagem de um santo.
“Lá vem uma mulher” – Hoje esses locais abrigaram crianças e adultos curiosos com uma movimentação pouco comum naquela trilha: a passagem de mais de 150 motos e três quadriciclos. Ao chegarem ao início da subida íngreme, os pilotos eram recebidos por uma multidão que se aglomerava nas esquinas, aplaudindo e incentivando os competidores. Quando viram se aproximar a moto 162 e perceberam que quem pilotava era uma moça loira, os espectadores quase não acreditaram: Aquela que vem lá é uma mulher?!, perguntavam, surpresos com a façanha.
Uma das duas únicas mulheres que encaram o Cerapió com moto, Dóris Percicotti, que é de Fortaleza, foi um dos poucos pilotos que não titubearam na curva da morte, uma curva seguida de uma subida bastante inclinada que marcava a chegada ao topo do morro. Muitos concorrentes dela chegaram a cair, pois o local começou a ficar escorregadio com a lama trazida pelos pneus das motos.
Como a pista era estreita demais para os carros, esses veículos percorreram outro trajeto, contornando a serra. O verde se destacava, cercando um grande açude na região e predominando nos morros: sinal de que a chuva se adiantou neste ano. Constante ontem e nas primeiras horas de hoje, ela deu trégua e não choveu durante a prova.
Acidentes – Nos carros 4×4 houve dois acidentes, mas sem fraturas graves. As equipes que se acidentaram ao perder o controle dos carros foram as duplas Edimilson Júnior (Júnior Transcol)/Guilherme Holanda (Troller) e os cearenses André Mota/ Francisco Vital (Discovery). A primeira dupla piauiense não irá mais competir, pois o piloto Júnior Transcol fraturou os dedos do pé.
Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira
Last modified: janeiro 21, 2004