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Preparativos e expectativas para a regata in port na Cidade do Cabo

Redação Webventure/ Vela

Brasil 1 chegando na Cidade do Cabo (foto: Divulgação)
Brasil 1 chegando na Cidade do Cabo (foto: Divulgação)

Começa na segunda (26) a segunda temporada da Volvo Ocean Race, a maior regata de volta ao mundo, que tem a regata in-port (nas proximidades da costa) para os espectadores da Cidade do Cabo, na África do Sul. A próxima perna da regata, que vai até a Austrália, tem largada somente no dia 2 de janeiro.

A previsão dos organizadores é que os ventos soprem forte na Table Bay. A primeira in-port, em Sanxenxo,na Espanha, foi disputada sob ventos fracos. Porém, a metereologia local prevê ventos de até 25 nós para dia 26, o que deixará a competição ainda mais acirrada.

Após muita discussão, finalmente foi traçada uma rota na Table Bay, com a praia de Milnerton sendo escolhida. A prova será disputada o mais próximo possível da praia, pois os 1.086 metros de sedimentos rochosos da Table Mountain podem criar um vácuo na Baía, dependendo da direção do vento.

Porém, de acordo com moradores da região, a típica brisa de verão que costuma soprar nessa época do ano oferece risco de os barcos enfrentar indesejadas calmarias, mesmo o percurso sendo disputado sob fortes ventos durante quase todo o tempo.

A misteriosa Baía da Mesa – Essa inconsistência durante o percurso será o grande desafio estratégico, de acordo com Paul Standbridge, um veterano da Whitbread Race, agora Volvo Ocean Race. “O pior cenário é se deparar com uma calmaria em meio à fortes rajadas de ar, ou mudanças bruscas de ventos, de 180 graus. Isso é uma possibilidade real nessa prova, devido ao efeito da Table Mountain. Você pode evitar a calmaria voltando à praia, mas as mudanças de ventos podem ser traiçoeiras. O vencedor será aquele que cometer menos erros, tanto táticos, quanto mecânicos.”

Quem quiser conferir ao vivo a prova, vai ter uma ótima visão de alguns pontos, como a praia de Milnerton, a Table Mountain, a Signal Hill e outros pontos da baía.

Confira algumas previsões de performance dos times que participam da VOR 2005-06 segundo os organizadores:

Ericsson

Neal McDonald e sua tripulação serão os favoritos após o tiro de largada, devido às suas ótimas performances em Sanxenxo. Não foi uma vitória casual, mas sim uma extraordinária performance, que será esperada novamente de John Kostecki, o estrategista da regatta in port.

Brasil 1

Os altos e baixos do Brasil 1 nas últimas duas semanas, devem ter sido uma distração para muitos comandantes. Torben Grael admitiu uma semana antes da regata in port, que teve pouco tempo para se organizar sobre o clima local. Para um pentacampeão olímpico isso não deve ser essencial, já que os membros da tripulação Kiko Pellicano, Alan Adler e André Fonseca são especialistas nesse tipo de competição. “Se estiver ventando muito forte será difícil pra todos. Ninguém terá uma grande vantagem”, afirmou Torben.

Piratas do Caribe

Assim como a tripulação do Movistar, os Piratas estão se remoendo pelas frustrações da primeira perna e desapontados por terem obtido apenas a sexta posição na classificação geral. O comandante Paul Cayard está desesperado por pontos e afirma: “Se o vento soprar 25 nós com esses barcos, um pouco de paciência levará a longos caminhos”.

ABN Amro 1

Se o vento soprar, então os barcos do ABN Amro devem mostrar do que são capazes. Após a decepcionante performance em Sanxenxo, o competitivo comandante Mike Sanderson deverá sentir que tem algo a provar. Muitas pessoas dizem que a equipe que eles mais temem é a dos jovens garotos do ABN Amro 2. É pagar para ver.

ABN Amro 2

O comandante Sebastien Josse e sua jovem tripulação fizeram um excelente começo de prova e a confiança aumenta cada vez mais. Eles sabem que os barcos foram feitos para suportar climas ruins, as notícias sobre ventos fortes e mar agitado na segunda feira animam os garotos. “Essa corrida vai demonstrar o que os barcos do ABN Amro podem fazer com 20-25 nós de vento. Será uma prova bem difícil, muito rápida e nós não podemos cometer nenhum erro de manobra”.

ING Real Estate Brunel

Os australianos estão sem o comandante Grant Wharington, sem o navegador Matt Humphries e o tático Mark Fullerton, para a in port race, pois estão todos comprometidos com outros projetos. Mas, o sul-africano Ian Ainslie foi chamado diretamente da South Africa’s America’s Cup, da equipe Shosholoza, além de Gideon Messink, que já velejou na equipe em Sanxenxo. Alguns acreditam que eles serão uma zebra, pois já provaram ser o barco mais rápido da prova, fora os ABN Amro.

Movistar

Desde que Bouwe Bekking e sua tripulação voltaram para a água, o treinamento foi intenso com testes de vela ocupando cerca de seis horas diárias. Para essa in port, espera-se uma boa performance, visto que obtiveram apenas um quarto lugar em Sanxenxo, marcando dois pontos.

A tendência é de brisas frescas e fortes durante a regatta in port na Cidade do Cabo, com ventos na faixa de 17 a 27 nós, de acordo com Escala de Ventos de Beaufort.

Tendo em vista a topografia da Table Mountain, essa faixa pode ser considerada boa. Grandes calmarias no abrigo da Table Mountain e ao leste do cume também são esperados.

Ao mesmo tempo, fortes rajadas podem ocorrer em regiões geograficamente favoráveis, com ventos de sudeste próximo ao porto, vindo mais pela esquerda. O dia será ensolarado e muito quente.

Este texto foi escrito por: Webventure

Last modified: dezembro 25, 2005

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