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Presidente da APEE fala sobre o Sul-americano e faz um panorama do atual cenário da escalada esportiva brasileira

Redação Webventure/ Montanhismo

Competição reuniu diversos países (foto: Ricardo Leizer)
Competição reuniu diversos países (foto: Ricardo Leizer)

Aconteceu na última sexta-feira, dia 17, no ginásio Casa de Pedra da Chácara Santo Antônio, uma cerimônia oficial de homenagem da equipe que representou o Brasil no Campeonato Centro Sul-americano de Escalada Esportiva 2008. Foram entregues diplomas de participação da equipe, e também ramalhetes de flores aos primeiros colocados da categoria Dificuldade – Janine Cardoso e César Grosso. Todos os freqüentadores do ginásio pararam de escalar para presenciar a honraria aos atletas. Estes, lisonjeados, discursaram explicando suas emoções ao participarem de uma competição muito acirrada.

O presidente da CBME, Silvério Nery, e o presidente da APEE, Ricardo Leizer, delinearam a importância da presença da equipe com oficiais (delegado), além dos atletas, pois estávamos um pouco de fora do cenário político-estrutural da escalada no continente. Com isto, estreitamos os laços com o CICELA e com a IFSC, e firmamos um acordo para realizarmos a próxima competição do Centro Sul-americano, na cidade de São Paulo, em 2009.

Além das conquistas políticas da CBME, com apoio da APEE, ainda tivemos muito que comemorar com o desempenho de nossa equipe que, além de faturar a dobradinha na velocidade, ainda conquistou no boulder o segundo e terceiro lugares no masculino e o quinto no feminino, Em equipes, fomos a terceira no geral, ficando atrás da Venezuela e Equador. Acredito que se tivéssemos mais atletas teríamos uma melhor colocação.

Equipe completa – Pela primeira vez em um campeonato Centro Sul-americano, uma equipe brasileira foi completa, com atletas e delegado, o que surtiu um efeito excelente no cenário da escalada do continente, impondo um respeito pelo nosso país, que já se faz mais do que merecido. Isto espelha o fato de nossos atletas conseguirem ótimos resultados internacionais, com 12º lugar em boulder e 20º duas vezes em dificuldades, nas Copas do Mundo.

Com patrocínio conseguido a duras penas, quando existe, e na maioria das vezes com dispêndio de verbas de seus próprios bolsos, nossos atletas são heróis quando se dedicam tanto a seus treinos e disputam competições dentro e fora do país.

Há também o lado das federações que, com muito trabalho voluntário de grandes pessoas que não ganham nada pessoal, alavancam a organização de nosso esporte e proporcionam tudo que já conquistamos.

No entanto, temos que mudar este quadro. Países como Guatemala, Equador, Chile, Venezuela, El Salvador, e outros, obtém verbas do governo ou de instituições esportivas nacionais, a ponto de até pagarem salários para que seus atletas se dediquem exclusivamente a escalada.

Aqui no Brasil, já conseguimos algum apoio de instituições governamentais, estado e prefeitura, para realizarmos alguns eventos, mas a estrutura toda ainda depende destes voluntários e de seus atletas entusiasmados.
Em São Paulo, a idéia da APEE é continuar realizando campeonatos para os atletas que aí estão e, adicionalmente, começar a construir uma base maior da pirâmide, com crianças escalando em muros que pretendemos construir em diversas áreas da cidade. Com isso, em alguns anos teremos mais atletas nos campeonatos.

As próximas competições marcadas são o Open de Boulder da Virada Esportiva, em 15 de novembro, no Parque Ibirapuera, e a etapa final do Brasileiro de Dificuldade, em 30 de novembro, na Casa de Pedra – Perdizes.

Compareçam, escalem ou então prestigiem os nossos atletas.

Ricardo Leizer
Presidente da APEE

Este texto foi escrito por: Ricardo Leizer, especial para o Webventure

Last modified: outubro 24, 2008

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