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Preso diretor da Cataguazes; mancha chega ao ES

A Polícia Federal de São Paulo prendeu hoje (07/04) Félix Santana, diretor administrativo da Indústria Florestal Cataguazes, apontada como responsável pelo vazamento de 1,2 bilhão de litros de rejeitos químicos nos rios Pomba e Paraíba do Sul. A prisão dele e do sócio-gerente da empresa, João Gregório do Bem, foi decretada na última quarta-feira (03/04) e os dois estavam foragidos.

A mancha tóxica gerada pelos dejetos já chegou ao Espírito Santo. O acidente aconteceu no último dia 29 de março, após o rompimento do reservatório onde a Cataguazes depositava o material, no córrego Cágados, na Zona da Mata mineira. Ele deságua no rio Pombas, afluente do Paraíba do Sul, cujas águas carregaram a sujeira pelos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e agora o Espirito Santo. Já são 40 municípios atingidos e mais de 700 mil pessoas ficaram sem água potável. Isso sem falar do impacto sobre a fauna e a flora.

Medo de alarmar a sociedade – O Ibama criticou a Feema pelo atraso na divulgação do laudo sobre o desastre ecológico. Ontem, João Eustáquio Xavier, diretor de Planejamento Ambiental da Feema, órgão de Meio Ambiente do estado do Rio, recebeu relatório no qual o Ibama critica a falta de transparência do governo do Rio.

O diretor acabou por admitir que a gravidade da situação foi motivo para impedir a divulgação. “Nos primeiros dados encontrados, a situação da água estava ruim, violando os padrões, tanto que mandamos suspender a captação. O anúncio dos dados poderia causar um alarme na sociedade.”

O Ibama está preocupado com a possibilidade de o Estado do Rio restabelecer, nos próximos dias, o abastecimento de água em municípios afetados. A medida foi anunciada anteontem pela Feema. O problema é que ainda não há informações técnicas sobre a composição da lixívia negra que vazou da fábrica Cataguazes.

A divulgação do laudo havia sido anunciada para quarta-feira (02/04), durante coletiva concedida pelo vice-governador do Rio e secretário estadual de Meio Ambiente, Luiz Paulo Conde, com representantes da Feema, Ibama e secretaria estadual de Defesa Civil. Mas vem sendo adiada desde então. Xavier prometeu a divulgação para hoje.

Pesca proibida – Uma portaria do Ibama proíbe a pesca pelos próximos 90 dias em toda a extensão do rio Paraíba do Sul. Além de proteger os consumidores, a medida quer garantir que a pesca oceânica não seja prejudicada. Todos os peixes pescados em alto mar receberão um selo verde do Ibama. A entidade promete acompanhar o desempenho de cada barco de pesca.

Este texto foi escrito por: Webventure