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Pressão e circuito puxado valorizaram vitória


Edivando recebe a bandeirada da vitória. (foto: Luciana de Oliveira)

Metade da quarta volta e a corrida se transforma. Edivando Souza Cruz toma a liderança, seguido de perto por Márcio Ravelli. Haja pressão! “Nem eu conseguia me distanciar, nem ele (Ravelli) me alcançava”, lembra Edivando. Assim foi a história da segunda etapa da Copa Ametur PowerBar Reebok na categoria Elite, disputada ontem em Santa Luzia (MG).

“Vando” só conseguiu definir a prova em seu favor no final. Ajoelhou no chão após a bandeirada. Para ele, isso tornou a vitória ainda mais valiosa.

Em entrevista ao Webventure, depois de rodar 11 horas de ônibus de Belo Horizonte a Ilhabela, onde mora, o biker comenta a disputa. Assim como fizemos com Ravelli, vencedor da primeira etapa da Ametur, perguntamos a Edivando quais são as lições aprendidas na Elite do nosso mountain bike. Confira nos links abaixo!

Edivando lembra as dificuldades da etapa.

Webventure – Vamos relembrar a história desta etapa desde a largada…
Edivando Souza Cruz
– Eu larguei em segundo, atrás do Albert (Morgen) e do Abraão (Azevedo). Mas na verdade todo mundo estava andando junto. Só que eu sabia que eram seis voltas e conheci o circuito no ano passado (já houve uma etapa da Ametur no local) e sabia que era muito puxado, talvez ele (Albert) sentisse um pouco no final. Optei por ficar um pouco mais atrás e administrar, tirando um pouco de tempo de cada vez.

Na metade da quarta volta, o Albert teve um pequeno acidente e eu passei. O Ravelli também. Foi uma pressão enorme o tempo todo porque nem eu conseguia me distanciar nem ele me alcançava. Mas isso serviu para valorizar bastante a vitória.

Webventure – Fora o calor…
Edivando
– Com certeza. E o circuito era difícil, exigia muito por causa das subidas. Elas eram curtas, mas muito íngremes. Eram tiros de velocidade.

Webventure – Conhecendo o circuito, você já tinha treinado tiros durante a semana
Edivando
– Sim, mas na verdade a região em que eu treino, aqui em Ilhabela, é bem parecida.

Webventure – A sua receita para vencer então foi um misto de preparo psicológico e de experiência, por conhecer a pista e os seus adversários?
Edivando
– É, todos os que tinham chance de vencer já tinham corrido ali. No ano passado fiquei em segundo, seis segundos atrás do Odair (Pereira), que venceu. Mas além do circuito a Ametur tem outras dificuldades, como a presença de atletas de outras categorias junto com a gente. Isso causa algumas ultrapassagens mais arriscadas.

Webventure – Você acha que deveria mudar isso?
Edivando
– Acho que precisa ser corrigido. Nas grandes provas existem várias baterias. Não digo que a Elite deva correr sozinha, mas seria interessante se tivessem duas baterias, para dividir mais.

Webventure – E o que achou da participação do público na etapa?
Edivando
– Foi montado um circuito ótimo para quem quer assistir. Isso é bom não só para o público, mas para quem está pedalando. Eu ouvi o incentivo das pessoas e isso ajuda bastante.

Edivando diz que a receita para se manter entre os top é, primeiramente, gostar do que faz.

Webventure – Esta vitória é mais um dos bons resultados que você já conseguiu na categoria Elite. Conte mais da sua história nela…
Edivando
– Estou na categoria faz 4 ou 5 anos. Isso contando a partir de quando passei a disputar provas oficialmente pela Elite, como no Campeonato Brasileiro. Eu pedalei nas categorias de base desde os 16 anos e sempre que podia corria na Elite. Em 1998, venci pela Elite o Cactus Cup, uma prova internacional que o Brasil recebeu em 96 e 98. Foi meu primeiro grande resultado na categoria. Depois, em 99, veio o título do Interestadual, também na Elite.

É uma categoria em que existe muita pressão e disputa. Todos os atletas são bons dificilmente alguém consegue vencer sempre, eles se alternam na vitória. O nível do Brasil cresceu muito nos últimos anos, não só de atletas como das provas realizadas aqui.

Webventure – É uma categoria cheia de conquistas, admirada pelos mais jovens, mas existe muito trabalho por trás. São provas quase todo fim de semana, treinos. Como é que se mantém a vontade de continuar nisso?
Edivando
– Primeiro é porque a gente gosta mesmo de bicicleta. Não tem jeito. Mas a competição é diferente porque se tem uma responsabilidade. Daí a necessidade da preparação psicológica. Você já sabe que vai sentir dor, seja na prova ou no treino.

Eu pedalo de manhã, às vezes à tarde. Tenho cuidados com a alimentação e em fazer outros tipos de esforço.

Webventure – Hoje, um dia após a prova, você não pedalou.
Edivando
– Não. Chegar de viagem hoje. Eu optei por votar de ônibus direto de Belo Horizonte para Ilhabela.

Webventure – Quanto tempo de viagem? Pelo menos dormiu muito…
Edivando
– Foram umas 11 horas. Dormi um pouco, mas também aproveitei para me dedicar à minha outra atividade, espiritual. Li a Bíblia.

Webventure – E agora, o PowerBike…
Edivando
– Pois é, vem aí uma série de provas e a gente tem que se cuidar muito para estar bem em todas.

Webventure – Como você avalia a evolução das suas performances neste ano
Edivando
– Neste ano, demorou para eu estar no ponto certo, na abertura do Brasileiro e primeira etapa da Ametur, por exemplo, ainda não tinha chegado lá. Eu estou mais solto agora.

Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira