O monte recebeu o nome em homenagem a George Everest (foto: Arquivo pessoal/ Rodrigo Raineri)
Há 55 anos atrás, a primeira expedição chegava ao cume do Monte Everest, a montanha mais alta do planeta (8.850 metros de altitude), localizada na cordilheira do Himalaia, situada na fronteira entre o Nepal e o Tibet (China). Os primeiros a realizarem o feito, em 1953, foram Edmund Hillary e Tenzing Norgay, em um expedição patrocinada pela coroa britânica, o que rendeu o título de Sir ao neozelandês, e o tornou um dos homens mais importantes do seu país, fato que fez com que as notas de cinco dólares da Nova Zelândia tenham a sua foto.
Sir Edmund Hillary faleceu no último dia 10 de janeiro, morando ainda no Nepal, país que nunca abandonou após a sua conquista. Ele se uniu a comunidade sherpa que vive na base do morro, com a qual criou fortes laços de amizade e desenvolveu diversos projetos sociais.
Outro nome relevante na história da escalada ao pico do monte Everest foi Junko Tabei, que em 16 de maio de 1975 tornou-se a primeira mulher a conseguir chegar ao topo do mundo.
Sem oxigênio – No entanto, tanto a expedição de Sir Edmund como a de Junko foram realizadas com o auxílio de oxigênio suplementar, fato que alivia bastante as dificuldades daqueles que se arriscam nos picos gelados e com ventos de muitos quilômetros por hora. A primeira ascensão sem oxigênio foi realizada por Reinhold Messner e Peter Habeler, em 1978. Em 1980, Messner realizou novamente o feito, só que desta vez sendo o primeiro a chegar ao cume em uma expedição solitária.
Um fato curioso aconteceu em 25 de maio de 2001, quando Erik Weihenmayer tornou-se o primeiro alpinista cego a atingir o topo do Everest. Os primeiros brasileiros a conquistarem o Everest foram Waldemar Niclevicz e Mozart Catão, em 15 de maio de 1995.
Recentemente, os brasileiros Rodrigo Raineri e Eduardo Kepkke também realizaram o feito. Esses são apenas alguns dos tantos nomes de pessoas que fizeram do Everest, além da maior montanha do mundo, um dos maiores desafios a serem superados por qualquer montanhista.
O nome Everest dado à formação rochosa foi uma homenagem ao geógrafo George Everest, engenheiro cartográfico e topógrafo galês que, entre 1830 e 1843, ocupou o cargo de Engenheiro Cartográfico Geral da Índia, e foi o responsáel por terminar o estudo ao longo do meridiano sul indiano estendendo-se até o norte do Nepal, por uma distância de aproximadamente 2.400 quilômetros. Essas pesquisas foram iniciadas por William Lambton em 1806 e duraram diversas décadas até a sua conclusão. Muitas outras medições aconteceram no local para a determinação das dimensões de diversas partes da região.
Alguns estudos recentes, por exemplo, utilizaram-se de 20 satélites, dezenas de sensores eletrônicos e câmeras e concluíram que o chamado teto do mundo possui, atualmente, dois metros a mais do que a altitude medida por geógrafos indianos em 1954 e utilizada oficialmente desde essa data. Os montanhistas que se aventurarem ao topo do monte agora terão pela frente 8.850 metros de altitude até o cume. Essa pesquisa chefiada pelo cientista Bradford Washburn, além da revelação quanto ao aumento da altura, também descobriu que a gigantesca formação rochosa move-se seis centímetros por ano no sentido nordeste.
Um fato relevante acontecido neste ano, foi a passagem da tocha olímpica pela região. O fato fez com que na China fechasse o seu lado do Everest para a subida de alpinistas, o que gerou a insatisfação de alguns e o deslocamento dos aventureiros para a face nepalense da formação. A chegada da tocha ao cume do monte foi uma das fases de comemoração do povo chinês devido às Olimpíadas de Pequim, que serão realizadas em agosto deste ano no país.
Este texto foi escrito por: Marcelo Iglesias