Torben Grael (foto: Divulgação/ VOR)
Clima de apreensão em Vigo, na costa da Galícia, Espanha. Faltam algumas horas para a largada da primeira perna da Volvo Ocean Race, com destino à Cidade do Cabo, na África do Sul.
Após o início das atrações em Sanxenxo e a primeira regata in-port, os velejadores sairão para aproximadamente 6.400 milhas náuticas (cerca de 11.800 quilômetros), em aproximadamente 20 dias.
A previsão do tempo é o assunto mais comentado, apesar de nenhum competidor revelar a estratégia. Apenas uma opinião é unânime: com as condições de vento e clima que estão por vir, será uma perna bem rápida.
Ventos fortes – Estamos esperando ventos de norte, o que poderá nos dar uma velejada bem rápida nos primeiros dias, com vento em popa. Existem chances de que não tenhamos de fazer nenhuma manobra até a linha do Equador, disse o inglês Steve Hayles, navegador do Ericsson Racing Team, líder da classificação até agora.
O comandante do Movistar, Bouwe Bekking vai além e fala em quebra do atual recorde de velocidade. Nos primeiros dias, vamos encontrar condições muito boas, com ventos fortes. Acho que poderemos ser ainda mais rápidos do que no começo do ano”, disse, se referindo a primeira viagem do VO70, na qual quebrou o recorde de velocidade.
Atualmente na segunda colocação na classificação, a tripulação do Brasil 1 está confiante para a largada. “Depois de Noronha, velejaremos com ventos alíseos, a favor. Só devemos encontrar contravento no final da etapa, para chegar à Cidade do Cabo. É uma boa etapa para começar a competição, disse o comandante Torben Grael.
Vamos enfrentar de tudo. Ventos fortes na largada de até 30 nós, calmarias equatoriais, contravento no final. É ideal para ganhar experiência. E ainda temos a vantagem que não vamos encontrar muito frio. O problema é o calor e, com isso, nós brasileiros já estamos acostumados, comentou o bicampeão olímpico.
Aparentemente o tripulante mais preocupado do veleiro é a navegadora Adrienne Cahalan, a única mulher inscrita na prova. Para superar os Doldrums, zonas de calmaria perto da linha do Equador, o ideal é atravessá-los no local em que a largura é menor. A grande pergunta para essa etapa é onde estará o melhor local para a travessia disse.
Última hora – Duas notícias mudaram parte do cenário da prova para esta largada. Lucas Brun não será mais titular do ABN AMRO 2. O brasileiro passou para a reserva, com a justificativa oficial que a equipe precisava de alguém mais pesado. O site oficial da equipe divulgou nota dizendo que o brasileiro continuará treinando para estar pronto para ser chamado assim que precisarem.
“Sebastien [Josse, comandante] teve que fazer uma decisão e a tripulação inteira aceitou. Agora eu só volto na regata in-port da Cidade do Cabo”, comentou o brasileiro.
O australiano Premier Challenge, que partiu para a Espanha sem saber se ia terminar a competição por falta de patrocínio, anunciou na última quarta-feira tripulação nova e o patrocínio da Sunergy, especializada em células de energia solar. O veleiro passa a se chamar Sunergy and Friends.
Ficamos impressionados com a determinação dessa equipe contra todas as dificuldades. Eles são incrivelmente profissionais e tem um veleiro excepcional nas mãos. Mostra que temos que nos esforçar para atingir os objetivos, comentou Benno Wiersma, fundador da Sunergy.
Este texto foi escrito por: Redação Webventure
Last modified: novembro 12, 2005