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Primeiro representante do Brasil nos quadris, Carlo Collet planeja título no Dakar 2010


Carlo planeja retorno ao Dakar em qualquer lugar que aconteça (foto: David Santos Jr/ www.webventure.com.br)

Foram cinco etapas, e Carlo Collet marcou a história brasileira no Rally Dakar, o maior do planeta. Ele foi o primeiro representante das cores verde e amarela na prova, que pela primeira vez saiu da África em 30 anos de existência e foi para a América do Sul. O piloto, pentacampeão do Rally dos Sertões, se acidentou na quinta especial e não sabe dizer o que houve, já que desmaiou e acordou no helicóptero de resgate da prova, mas se diz contente com a experiência e já planeja o retorno à prova em 2010, com uma equipe 100% tupiniquim.

“Para mim foi bárbaro ir e ver como é. Talvez com a experiência de ter ido uma vez, dá para ir ano que vem com mais tranqüilidade e saber como se anda no Dakar. O Sertões você tem que andar rápido o tempo todo,o Dakar é mais lento, acho que até por durabilidade”, contou o piloto ao Webventure sobre a prova que tem mais de nove mil quilômetros.

Para ele o segredo do Dakar é poupar o equipamento, já que até mesmo o apoio que os pilotos recebem de suas equipes é muito restrito. As equipes de apoio encontram com os competidores apenas nos parques fechados após todo o deslocamento. “Só tem apoio no acampamento. No Sertões a gente está acostumado a ter apoio logo que chega da especial, na entrada da especial. No Dakar você sabe que vai andar 700, 800 quilômetros para você ter seu apoio, então tem que poupar muito”, explicou.

Collet foi confiante para o rali. Disse que estava seguro de seu quadriciclo e de seu preparo físico e teve que abandonar a prova graças a uma infelicidade em seu caminho, que ele pondera que deve ter sido uma pedra. As quase 120 horas de competição que ele pode completar o deixaram mais seguro ainda para uma prova seja na América do Sul, seja na África. E ele afirma que vai para buscar o título de campeão do maior rali do mundo.

“Agora eu já sei como anda e o que eu preciso para ir lá, andar, terminar e ganhar. Com o equipamento que eu tenho e o quanto eu ando, tenho condições de ganhar a prova. A não ser que eu tenha uma quebra, um acidente, coisas de rali, de competição, mas nesse aspecto eu estou tranqüilo. E com relação aos ralis daqui (Brasil), é sossegado. Depois que você faz um Dakar, tudo aqui vira brincadeira”, afirmou Collet.

A Saída – O adeus de Carlo Collet ao Rally Dakar não tem muito como ser explicado. O piloto simplesmente não lembra de nada a não ser uma forte pancada em seu quadriciclo, que deve ter sido uma pedra em seu caminho, que o arremessou e ele acordou já no resgate.

Nada aconteceu com ele, a não ser um pequeno corte no queixo, no qual tomou um ponto, mas ao ser acionado o resgate da prova, automaticamente ele estava desclassificado.

“Sei que eu bati a frente do quadriciclo em uma pedra. Não lembro nada do meu acidente, incrível! O problema foi que como eu fiquei mais de uma hora desmaiado, então me penalizaram em ficar um dia em observação e não pude retornar à prova”, relembrou Collet.

E mesmo sem saber quem foi que acionou seu resgate, ele elogia bastante a estrutura do Dakar com relação à segurança e socorro médico. “Quando você aperta um botão vermelho que tem no equipamento, eles já sabem que você precisa de auxílio médico rápido e já tem a sua localização”, explica.

Carlo Collet já sofreu com problemas no primeiro dia de prova. Seu quadriciclo teve uma quebra na correia da transmissão, que o fez administrar sua tocada a partir dali.

“Nos outros dias eu tive que arriscar mais nos locais que você tem que andar com mais calma, e onde podia andar bem mais rápido, eu tinha que poupar equipamento”, falou.

E quem está administrando seu equipamento é o argentino Marcos Patronelli, segundo colocado no acumulado geral até a 13ª etapa dos quadris, de acordo com o piloto. E Collet sabe muito bem porque.

“Ele demorou para aparecer na prova porque eu quebrei no primeiro dia, e ele tem um equipamento igual ao meu, e a partir do momento que ele viu porque eu quebrei, ele começou a ir só poupando. Ele só ganhou posições dos que quebraram. E quem está em primeiro agora (Josef Machacek), está controlando o Patronelli. Ele está andando um pouco mais lento que o Patronelli. A diferença que ele abriu, o Patronelli não consegue tirar andando mais rápido”, ponderou.

Collet afirma que só se Machacek quebrar, o argentino garantirá o título do Rally Dakar. O vice-líder do rali, inclusive, já faz parte dos planos futuros de Carlo para seu retorno à prova.

“Esse ano eu vou fazer o Campeonato Brasileiro, o Sertões e vou aprontando um bom equipamento para fazer o Dakar, e montar uma equipe 100% brasileira, com pilotos e apoio totalmente Brasil. E vou chamar o Patronelli para ir junto, montar uma equipe de quatro quadriciclos. Se eu tivesse montado uma equipe totalmente ‘daqui’, a gente teria ido bem melhor”, avaliou o pentacampeão do Rally do Sertões.

Este texto foi escrito por: Lilian El Maerrawi