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Profissionalismo deu tom ao MTB em 99


Ravelli venceu pela primeira vez no MTB 12 Horas (foto: Luciana de Oliveira)





Aqui dentro, os profissionais dominaram o ano de 99 no mountain bike. Mas quando nossas feras precisaram brigar lá fora, o que faltou foi profissionalismo e organização – dos dirigentes. Às vésperas do Mundial, o Brasil não sabia se teria representantes na competição que classificaria para as Olimpíadas de Sydney. Só depois de um acordo com o patrocinador e a confederação, Márcio Ravelli (Scott/Mercedes) foi à Suécia. Os demais bikers viajaram às próprias custas. A vaga só veio porque o Brasil a herdou de outro país, mais bem colocado no ranking mundial.

O ano começou sem surpresas, com show da dupla Ravelli e Adriana Nascimento (GT/Mastercard). Ele conquistou o sexto campeonato Brasileiro: “Esta é a minha maior conquista. Nem tanto pelo campeonato, mas pelo número”, destacou em entrevista à Webventure em 27 de maio. No mesmo dia, Adriana comemorava o penta Brasileiro, mas reclava da falta de adversárias. “Neste ano participaram 12 meninas. Aí você chega lá fora e correm 80, 100….”

Desilusão – Um mês depois, ela e Ravelli encararam a primeira competição internacional do ano, o Pan-Americano da Colômbia, classificatório à Sydney. O desempenho brasileiro foi desastroso e a vaga dependeria do Mundial, onde os melhores do mundo estariam competindo. A disputa final aconteceu em setembro, na cidade de Are. Ravelli foi o 65º e Odair Pereira (Scott/Mercedes), 75º, sem terminar a corrida. Desiludidos com Confederação Brasileira, os dois bikers já faziam planos para correr por conta própria no exterior, em 2.000.

Ravelli avisou que a prioridade são as Olimpíadas. “Acho difícil eu perder a vaga. Mas vai ser uma briga dura (…) E depende do critério adotado pela confederação, que é dominada pela Caloi”, disse em entrevista no dia 2 de novembro. Na seqüencia da temporada, ele foi o campeão Paulista, mas acabou se decepcionando na disputa que classificou como segunda mais importante do ano, o Iron Biker. O italiano Marzio deo não deu chances aos brasileiros e, pela segunda vez, faturou a prova mineira. Sem Adriana Nascimento, que acabou enveredando pelas corridas de aventura, Carolina Ribeiro venceu no feminino, depois de disputa acirrada com Jacqueline Mourão.

Ravelli reencontrou a vitória no MTB 12 Horas, cujas categorias Solo e Team foram dominadas por ‘top bikers’. A junção da Scott com a Pedal Power fez a diferença na última categoria, com destaque para Odair Pereira. Ivanir Teixeira, Adriana Nascimento, Simone Dominicalli, Róbson Ferreira e Érika Graminiscelli foram outros astros que estrearam na prova criada pelo Sampa Bikers e a fizeram bastante equilibrada.

Show no downhill – Enquanto o cross-country vivia na gangorra, o Brasil brilhava no downhill com um biker de nome estranho: Markolf Berchtold (Scott/Mercedes). O catarinense de 19 anos largou tudo e foi rodar pelo mundo com a Copa do Mundo. Terminou num surpreendente 23º lugar. “”Vou ser campeão mundial. E isto não está longe de acontecer””, revelou em entrevista no dia 24 de setembro.

Markolf foi ao Mundial, ficou em 21º e terminou o ano como 26º do mundo. O campeão, pela oitava vez, foi o francês Nicolas Voilloz. “Vai ser difícil alguém superá-lo”, previa Markolf em uma segunda conversa, durante a Adventure Fair, em outubro. Para encerrar 99, ele foi campeão fluminense e ganhou passagem para disputar a Norba (campeonato americano) em 2.000. Apoiado pela Webventure, o campeonato foi o primeiro da modalidade no Rio, onde muitos bikers migravam para correr em outros estados. No Paulista, também com respaldo da Webventure, um exemplo disso: o campeão foi um carioca, Robert Sgarbi.

BMX – Já no bicicross, o Brasil passou perto da medalha no Mundial da França, em julho, com o vice-campeonato de Luiz Lancellotti na Cruiser 12 anos. No Sul-Americano do Equador, ameaçado pela atividade do vulcão Guagua Pichincha, o país venceu em cinco categorias, incluindo a Pró-Elite, com Daniel Jorge.

Nas disputas nacionais, polêmica no Paulista, outro campeonato apoiado pela Webventure. Marcos Santos, o Chokito, faturou o título com o maior número de pontos mas Gérson Kringers perdeu parte da pontuação ao derrubar o piloto Ângelo Bragagnoli Neto na linha de chegada, na penúltima prova. Em compensação, foi o campeão brasileiro da Elite, ao lado de Carolina Neves.

Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira