Você também pode ser voluntário (foto: Arquivo/Secretaria do Meio Ambiente)
Rio Tâmisa, em Londres, e rio Sena, em Paris. Dois famosos cartões postais da Europa. Será que algum brasileiro já pensou na idéia do rio Pinheiros, em São Paulo, também se tornar um cartão postal? Esta é uma das intenções da Secretaria Estadual do Meio Ambiente de São Paulo, com o Projeto Pomar.
O projeto foi lançado pela Secretaria, em conjunto com a iniciativa privada. Foi plantado o maior jardim da cidade, com 28 km de extensão pelas margens do Pinheiros, que hoje é um verdadeiro canal de esgoto.
A finalidade do projeto, em sua primeira fase, é recuperar as margens totalmente degradadas do rio. Para isso, foram plantadas, há quase dois anos, cerca de 400 mil mudas de quase 200 espécies diferentes de árvores e plantas arbustivas e gramíneas, como patas-de-vaca, ipês amarelos e roxos, urucuns e vegetação arbustiva, como a biri, que já aparece em grande quantidade.
Os resultados já começam a aparecer. As plantas estão se desenvolvendo e já servem de habitat para algumas espécies de animais, como corujas, sabiás, quero-queros, além de mamíferos como capivaras, gambas e quatis.
Próxima fase – a segunda fase do projeto consiste na despoluição do rio, utilizando o sistema de flotação. A intenção é retomar o bombeamento das águas para a represa Billings, possibilitando também a produção de energia na Hidrelétrica Henry Borden, em Cubatão, na baixada santista. Hoje, a usina está com sua capacidade ociosa.
O Projeto Pomar já está sendo “exportado” para o interior de São Paulo e, futuramente, deve ser usado nas margens do Rio Tietê e ao longo do Rodoanel. O objetivo é transformar a paisagem e melhorar a qualidade ambiental na cidade de São Paulo.
A Secretaria Estadual do Meio Ambiente reservou uma área para o trabalho de voluntários que queiram ajudar na recuperação das margens do rio Pinheiros. Os interessados ajudarão, plantando e preservando uma área reservada, sob a orientação de monitores.
Se você quiser participar, clique aqui e preencha a ficha de inscrição. Não existe limite de idade.
Os voluntários assistirão a palestras e visitarão os trechos que já foram plantados. Também vão aprender a preparar o solo, plantar e cuidar das mudas.
O rio Pinheiros de hoje, esse verdadeiro esgoto a céu aberto, não lembra em nada o rio da década de 50, que era usado para a prática de esportes, como remo, natação e para o lazer dos paulistanos.
A nascente do Pinheiros foi amputada com a construção da Barragem da Pedreira e o seu curso fragmentado com a Barragem da Traição. As águas começaram a correr no sentido inverso, para movimentar as turbinas da Usina Hidrelétrica Henry Borden, em Cubatão, na Baixada Santista.
Com o passar do tempo e o crescimento desordenado da cidade, o rio começou a receber todo o tipo de dejetos descartados pelas empresas e pela população, deixando suas águas completamente inviabilizadas para qualquer forma de uso.
O bombeamento das águas para a Represa Billings, começou a causar a morte de muitos peixes e isso foi o alvo de vários protestos organizados principalmente pela população de Diadema e São Bernardo do Campo, que conseguiu inserir na Constituição do Estado, em 1988, um item proibindo a transferência das águas do Rio Pinheiros para esse reservatório.
O Projeto Pomar, em sua segunda fase, visa a despoluição do rio, utilizando o sistema de flotação. O objetivo é a volta do bombeamento das águas para a Billings e a volta da produção máxima de energia na Usina Henry Borden, em Cubatão, na baixada santista.
Este texto foi escrito por: Samir Souza