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Protótipos: a salada dos carros criados para o rali

Redação Webventure/ Offroad

Fabrício Abranches e o protótipo Zebreschler. (foto: Luciana de Oliveira / www.webventure.com.br)
Fabrício Abranches e o protótipo Zebreschler. (foto: Luciana de Oliveira / www.webventure.com.br)

Eles fazem a festa do público. Afinal, de repente, no meio de tantos carros modernos, surge um Ford 51 amarelo, um Fusca. Ou uma gaiola que parece que não vai nem chegar ao final da estrada… Mas os protótipos, criados especialmente para os ralis, enganam: por dentro pode haver uma Mitsubishi Pajero inteira ou uma verdadeira salada, misturando peça de Fiat 147 com outras de caminhão.

Há 15 veículos inscritos na categoria Protótipos neste Sertões 2003, juntando equipes com projetos grandiosos e duplas que estão estreando na prova e praticamente montaram o carro com as próprias mãos. Esse último é o caso de Fábio e Soraia Sarmento, de Pirapora (MG). “Vimos o rali passar por lá e começamos a planejar a participação”, conta ela. “Há 3 anos, começamos a montar o carro devagar, compramos a gaiola primeiro e depois as peças. Praticamente fui eu que o montei. Digo que o meu rali acabou no dia em que viemos para Goiânia, quando eu terminei de montar o carro e agora vão começar as minhas férias até chegar ao Maranhão”, completa o esposo.

Gol com Fiat 147 – Fábio descreve que a estrutura básica do veículo é uma gaiola fabricada em Minas, com motor de Gol GTI, cabo de acelerador e amortecedor de caminhão, peça de Fiat 147… “Pode pedir qualquer marca que você vá achar alguma coisa aí”, diz ele. O piloto acredita que o carro terá mais facilidade nos trechos de trial, por ser pequeno e leve. “A desvantagem será nos trechos mais soltos, pois as picapes chegam a 220 km/h e a nossa final é 140, 150 km/h”, lembra.

O protótipo de Pedro Focas e Marcos Macedo poderia participar até do Dakar, segundo eles. Uma Mitsubishi Pajero se enconde embaixo de uma carcaça de um Ford 1951 em fibra. “Foi uma homenagem que eu fiz a mim e amigos com 51 anos de idade. Eu o preparei com muita cautela, foram dois anos nele e é um carro especial”, diz Focas.

Zebreschler – Falando em Dakar, um dos astros da prova, o francês Jean Louis Schlesser inspirou a criação do Zebreschler, do piloto Marcelo Ackel, o Zebra. “Queremos obter a façanha de colocar os dois carros Zebreschler, que são tubulares, chegando inteiros a São Luís”, diz o navegador Fabrício Arantes. Os carros têm chassi tubular, gaiola toda fechada, motor entre eixos Volkswagen, câmbio normal e suspensão independente nas quatro rodas, com tração 4×2.

Em 2000, quando a categoria ainda não tinha quantidade de participantes suficientes para homologá-la, Fabrício correu o Rally com um Fusca, com algumas adaptações. “Acho que qualquer carro adaptado para o rali deveria estar na protótipos. Essa categoria cresce e será um sucesso em dois anos”, opina.

Estréia da Fiat – E pela primeira vez a Fiat está no rali cross-country. Dois Dobló Adventure, nome do veículo que ainda será lançado pela montadora, fora inteiramente preparados pelo Clauset Rally Team e professores e engenheiros da USP de São Carlos e UNIFEI. Os dois Dobló que vão competir têm apenas tração traseira, “mas tem uma suspensão que nos ajudará nos piores terrenos”, diz o piloto Cacá Clauset.

“Hoje sou a pessoa mais curiosa do mundo, tivemos muito pouco tempo para treinar e não sabemos como o carro vai se comportar. O objetivo neste ano é terminar, não vamos colocar a charrete à frente dos bois.”

Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira / Webventure

Last modified: julho 24, 2003

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