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Provas cada vez mais técnicas no Brasileiro de vôo livre

Quem visita Brasília nesta semana espanta-se, ao olhar para o céu, por vê-lo coalhado de asas-delta multicoloridas, finalizando seus vôos com suaves pousos em plena Esplanada dos Ministérios. “De onde eles decolam? Brasília não tem montanhas!!”

Os heróis alados decolam da beira do planalto, a cerca de 80 km da cidade, no vale do Paranã. Devido à forte insolação, clima seco e ventos consistentes, esta região é uma das mais poderosas áreas de vôo livre do planeta, proporcionando longos vôos na direção da cidade.

Ao longo do percurso eles ganham altura graças às térmicas – bolhas de ar quente que se desprendem do chão – subindo como balões invisíveis e levando nossos intrépidos aventureiros até a base das nuvens, a mais de 2000 metros acima do solo.

Daí é “tirar” para o destino, transformando altura em velocidade e distância, até necessitar de novo “reabastecimento”, ou seja, achar outra térmica, ganhar de novo altitude com ela voltando até a nuvem, e de novo tirar em linha reta andando o máximo e o mais veloz que puder.

Disputas no céu – Assim é basicamente um campeonato de vôo. Decola-se de um lugar e tenta-se chegar em outro pré determinado (o gol) no menor tempo possível. O mais rápido vence. Quando a condição está muito boa, determinam-se pontos de contorno (pilões) para dificultar e alongar o percurso. Todo piloto possui um GPS, que facilita a navegação, o controle pelos juizes do percurso e tempo efetuados pelo competidor.

Este ano o Campeonato Brasileiro de Asa começou domingo (12 de agosto) e vai até o próximo sábado. A condição está “mega”, e no primeiro dia foi feita uma prova direta da decolagem ao pouso na Esplanada, com 75 km, percorridos em pouco mais de uma hora.

No segundo dia a comissão técnica resolveu dificultar mais a prova, inserindo pilões ao longo do trajeto, com pernas de contravento e que alongaram o percurso para 94 km, deixando a prova muito mais técnica.

Ontem não houve competição devido ao fato de os bombeiros responsáveis pela segurança no local não terem aparecido para a prova.

Confira abaixo os pilotos mais rápidos nos dois dias de competição.

Campeonato Brasileiro de vôo livre

Classificação do 1º dia

1) Nene Rotor – SP – (Teleatlantic – Black Fly)

2) Betinho Schmitz – SC – (Red Bull – Bad Boy)

3) Andre Wolf – RS – (Aeros)

Classificação do 2º dia

1) Betinho Schmitz – SC – ( Red Bull – Bad Boy)

2) Luiz Niemayer – RJ – ( Prefeitura do Rio – Arnete)

3) Lincon Moreira – DF – ( Pedacinho – Academia FIT 21)

Paulo César Fernandes, o Paulão, é editor da revista Airtime, veículo oficial da Associação Brasileira de vôo livre.

Este texto foi escrito por: Paulo César Fernandes