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Público interessado e informado marcou Adventure Fair

Redação Webventure/ Montanhismo

Helena expôs fotos de suas escaladas no estande da Hi-Tec (foto: Arquivo Webventure)
Helena expôs fotos de suas escaladas no estande da Hi-Tec (foto: Arquivo Webventure)

Na primeira semana de outubro, houve, em São Paulo, a terceira Adventure Sports Fair, um grande evento para todos nós que somos ligados aos esportes de ação. A feira se mostrou importante ponto de encontro de antigos companheiros do mundo dos esportes de ação e de gente superjovem e entusiasmada se iniciando no caminho. E trouxe um público mais atento, mais objetivo na procura de equipamentos e de produtos, observação esta feita a partir das questões formuladas pelas pessoas nas palestras, nos estandes e nos corredores.

Essa objetividade dos visitantes mostrou que, além dos esportes de ação terem aumentado em número de interessados, aumentou em muito também a quantidade de pessoas que já leram sobre o assunto, praticaram alguma das modalidade e têm interesse em saber muito mais sobre equipamentos, calçados, roupas e locais para a realização dos esportes.

Iniciados – É um público mais exigente, que não se extasia apenas vendo as belas paisagens ou equipamentos antes estranhos, mas que já tem informação prévia sobre o assunto e procura se aprofundar. Caso se proponha a ir para a montanha, já quer saber se conhecemos alguém que esteja indo para tal lugar ou se indicamos alguma empresa que faça isso, onde pode fazer um curso sobre esse esporte, locais indicados para iniciar a prática, qual o equipamento mais adequado para a empreitada… E já vem com perguntas sobre as marcas “x” ou “y” e que tipo ou características seriam as mais adequadas.

Para nós, essa foi uma mudança qualitativa em relação a anos anteriores. Não se trata mais de simplesmente fazer divulgação dos esportes de ação, mas sim de qualificá-los com roteiros, equipamentos, pessoal, etc. Nós deixamos de ser apenas divulgadores para sermos tratados como consultores, mesmo não tendo essa pretensão.

Os vários estandes que estavam na feira procuravam de alguma forma atender às diferentes expectativas do público. Paulo e eu tivemos a oportunidade de participar expondo fotos e materiais de escalada em um dos estandes, além, é claro, de participar como público. Por isso, quero destacar, do conjunto de excelentes expositores, apenas três iniciativas e comentá-las.

Uma primeira: a Megastore de equipamentos. Surgida talvez de necessidades que não vêm ao caso, quatro das maiores lojas de São Paulo que vendem equipamentos para montanhismo – Acampamento Base, Atmosfera, Half Dome e Pé na Trilha – se juntaram em um único ponto de venda.

Projeto inédito, com acertos e falhas. Se tivessem montado estandes separados, iriam ser quatro pontos de venda com mais ou menos os mesmos tipos de produtos. Resolveram concentrar-se num único espaço. As quatro lojas têm, certamente, sistemas de operação, políticas de preços e posturas diferentes; porém, esses fatores não foram empecilhos para a união. Decidiram que teriam vendedores contratados em conjunto especificamente para a feira, para evitar favorecimentos até involuntários.

Ação social – Dividiram tarefas, decidiram não fazer nenhuma promoção especial de preços na feira – o que é uma pena! E foram na contra-mão do que se espera em eventos desse tipo (leia-se vendedoras jovens e com aquela beleza-padrão): contataram a ADID – Associação para o Desenvolvimento Integral do Down – que, além de outros objetivos, procura promover a inclusão dos portadores da síndrome de Down no mercado de trabalho e os trouxeram para trabalhar no estande.

O resultado foi dos melhores: o trabalho mostrou que, se você der chance, os jovens portadores de Down podem trabalhar bem em vários locais. Eles gostaram, diziam de como estavam felizes por estar trabalhando ali. Nós, os clientes, aprovamos a iniciativa de as quatro lojas trabalharem em conjunto. E esperamos que as lojas, além do seu objetivo principal que é vender equipamentos, se unam em outras oportunidades para também promover os esportes de ação.

Também foi destaque na feira o estande da Hi-Tec, desculpem a parcialidade. Era apenas uma exposição técnica dos calçados por ela fabricados. Tiveram a idéia e propiciaram a exposição de fotos e materiais de expedições que tivessem a ver com o seu material: calçados para trekking, montanhismo, ciclismo e esportes na água. Foi uma boa oportunidade de aproximar o material do meio em que ele é usado. Resultado também superpositivo, muitas pessoas visitaram o estande, para falar não só dos equipamentos, mas também dos esportes em que eles são utilizados.

Em duas rodas – Outro espaço interessante foi do Clube do Cicloturismo; reuniu diversos praticantes que expuseram em conjunto expedições variadas. O estande foi muito bom para a troca de informações sobre roteiros e cuidados na montagem de viagens com bicicletas, além das belas fotos.

Por ficar só nessas três, provavelmente, cometo o erro de deixar de lado outras experiências positivas. Finalizo dizendo que, sem dúvida, este evento, com suas exposições desde material de expedições e até da aviação esportiva, a equipamentos dos vários esportes, propaganda de turismo de aventura e palestras variadas é superimportante para a divulgação e discussão dos esportes de ação.

Quem, por alguma razão, não foi, perdeu. Aí, é só esperar a feira do próximo ano…!

Este texto foi escrito por: Helena Coelho

Last modified: outubro 23, 2001

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