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Quanto custa participar do Rally dos Sertões?

Quem visita ou vê fotos dos parques de apoio montados nas cidades, e quem acompanha o dia a dia dos pilotos, nem imagina o tamanho da estrutura que existe por trás de cada equipe. Caminhões, carretas, motor homes, mecânicos, cozinheiros… são apenas partes de tudo o que cada piloto carrega atrás dele.

Toda essa organização tem custos e, muitas vezes, bem altos. Segundo o navegador e dono da equipe Biachini Rally, Fabrício Biachini, o custo de estar no rally depende de como você quer passar os dias de competição. “Tem gente que pega o irmão, encontra uma caminhonete e uma barraca e vem, gastando além de inscrição e aluguéis de equipamento, apenas com passagem aérea, gasolina e alimentação”, afirma Fabrício.

Alguns desses equipamentos necessários são GPS, rastro e rádio, além de um plano de resgate aéreo para o período de competição. Tudo isso somado custa em média 1.600 reais. Além desses equipamentos, os pneus também devem entrar na conta. “O piloto de moto vai gastar um par de pneus por dia, a não ser na etapa maratona, então ele vai usar seis pares de pneu para sete dias de prova”, explica Dário Julio, piloto e chefe de equipe da Honda.

A grande maioria dos competidores que participa da competição vai ao rally com uma equipe. Segundo Dário, “hoje uma equipe cobra em torno de 25 mil reais para ele ir com a moto dele e com seus equipamentos. Ele vai ter onde dormir, comer, vai ter um mecânico e os carros de apoio todos os dias”.

A diferença dos valores varia em cada categoria de acordo com a infraestrutura das equipes. “O preço significa que você não vai se preocupar com mais nada. Tem equipes que dão o apoio, mas não dão as peças; tem outras que dão roupa, mas não dão pneus. Cada equipe tem um jeito de lidar e um nível de conforto”, afirma Fabrício.

O gasto é alto, mas a diversão é garantida! Foto: Vinicius Branca/ Webventure

Conforto que muitas vezes inclui motor home, cozinheiros profissionais, equipe com experiência na competição, fisioterapeuta e massagista.

“A estrutura básica na nossa equipe de carros é um caminhão oficina com um exemplar de cada peça dos carros que eu estou levando, dois mecânicos por carro, um meio de transporte para transportar esses mecânicos de uma cidade para a outra e carros de apoio”, conta Flávio Pacheco, chefe da equipe MEM. Além disso, a equipe monta um lounge e oferece alimentação, transporte e hospedagem aos pilotos.

Os preços das equipes de carros variam bastante. O aluguel pode custar cerca de 180 mil reais com toda a estrutura e garantia de peças. O valor das equipes de quadriciclo e UTV ficam entre os de moto e carro.

Mesmo com valores altos, toda essa estrutura pode garantir a diversão e bom desempenho aos pilotos. Segundo o piloto da Honda, dormir em um motor home no parque de apoio, por exemplo, permite que piloto esteja focado apenas na competição 24 horas, além de estar perto de sua moto e de seu mecânico o tempo todo. “Geralmente depois do briefing a gente faz as alterações na planilha e eu já coloco a planilha e os dados do GPS tudo na minha moto. Então ela já “dorme” pronta para o dia seguinte. Se eu estivesse em um hotel, teria que dormir muito mais cedo, ou dormir com isso na cabeça. Talvez nem dormisse bem”, explica.

Uma coisa que todos garantem é que participar do Rally dos Sertões vale a pena e investir em uma boa estrutura de equipe garante que seja a melhor semana do ano. “A forma como o piloto vem, faz toda a diferença. Você chegar aqui, largar a moto, saber que no dia seguinte vai estar perfeita, saber que a comida está esperando, que tem cama e banho é ótimo”, confirma Fabrício.

Para Flávio o resumo é fácil: “o piloto se concentra em pilotar e a gente vai se preocupar com o resto”.

Este texto foi escrito por: Isabela Rios/Webventure