A disputa nos quadris promete ser dura (foto: Davi Santos Jr)
Em 2010, o Rally de Barretos completa quatro anos no calendário do Campeonato Brasileiro de Rali Cross-country. Mais uma vez como prova de abertura da temporada, a disputa acontecerá entre os dias 12 e 14 de março, no interior de São Paulo.
Depois de divulgar diversas novidades, o organizador do rali, Fernando Bentivoglio, conversou com o Webventure sobre o evento deste ano. Entre os pontos destacados por Bentivoglio está a parte visual da competição, que, segundo ele, será a mais bela de todas as edições.
Em relação às paisagens e aos conjuntos, seguramente esta edição será a mais refinada que nós iremos oferecer. Ela está muito bem cuidada e elaborada no aspecto de paisagem, o que a deixa muito prazerosa de andar. Eu acho que os pilotos gostarão muito, disse.
Beleza, no entanto, não significa facilidade. Os pilotos deverão estar muito bem preparados para conseguir superar as especiais de 127 quilômetros de sábado e domingo. A prova irá exigir fisicamente, o calor está muito intenso, o trabalho de pilotagem e de navegação dentro do carro irá exigir muito condicionamento físico dos pilotos, explicou o organizador.
A competição – Como em todos os anos, o Rally de Barretos terá duas etapas de disputa: o Super Prime e as especiais. No sábado, os competidores terão pela frente 2600 metros de um percurso renovado de Prime, antes de largarem para o trecho cronometrado.
O traçado do Super Prime será natural. Todos os anos, nós preparamos uma pista plana e praticamente sem irregularidades, em que a dificuldade dos pilotos é de, basicamente, dominar as curvas e conseguir fazer um bom tempo. Este ano, além desses elementos, eles terão que trabalhar com um terreno natural e gramado. É uma condição bem diferente, já que a pista pode se tornar bem mais escorregadia, caso esteja chovendo. A tração em cima da grama natural também é diferente da tração na terra, contou Bentivoglio.
Ao definirem as posições de largada por meio do Super Prime, os veículos partirão para as especiais. Neste ano, a disputa off-road da competição exigirá bastante dos navegadores por causa da grande quantidade de saltos durante o trajeto.
Eles terão muitas curvas de nível para saltar e o carro deve ter um bom preparo de suspensão em função disso. O navegador, consequentemente, sofrerá muito. Ele deverá estar bastante preparado para passar boa parte do tempo saltando e, ao mesmo tempo, conseguindo operar os equipamentos, ler planilhas e passar confiança ao piloto, explicou.
Já são mais de 110 inscritos para a quarta edição do Rally de Barretos. Entre os atletas de destaque que confirmaram presença na prova estão Reinaldo Varela, campeão do ano passado nos carros, e Juca Bala, segundo colocado nas motos em 2009. Ambos, segundo Fernando, são favoritos para o título de 2010.
Nos carros, os favoritos são o Reinaldo Varela e o Jean Azevedo, podendo ter uma surpresa com o Hugo Rodrigues/ Kaíque Bentivoglio, que estão vindo muito fortes. No caso das motos, há muitos pilotos bons, como o Juca Bala, que já venceu aqui dois anos na geral e um ano na categoria e é sempre um nome de respeito, disse o organizador, que acredita que os primeiros colocados das especiais façam o percurso em 1h30.
Nos quadriciclos, a disputa promete ser bastante equilibrada, com os olhares voltados para um retorno feminino na modalidade. No caso dos quadris, é difícil falar, porque todos que vêm aqui tem condições. A novidade fica para a Mariana Ramalho, que volta a correr rali e é uma piloto excelente. Na primeira participação dela, ela marcou um tempo muito bom entre os cinco primeiros e é uma pessoa que pode surpreender, comentou o Bentivoglio.
Vantagem quase nula – Mesmo chegando à quarta edição em 2010, o Rally de Barretos está longe ter um percurso rotineiro para os pilotos que competiram em todos os anos. Isso porque Fernando garantiu que o trajeto não dará vantagem para nenhum participante.
Todos os anos nós trazemos novidades. Na parte de percurso, mesmo o piloto que correu em Barretos os três anos não consegue administrar nenhum tipo de vantagem em relação a isso. Nós mudamos o circuito, o invertemos de lado, colocamos alças que não usávamos. Eles irão entrar em um setor de 25 quilômetros, por exemplo, bastante técnico. Embora ele seja rápido, ele não é plano, tem desnível e erosões. Em alguns trechos, no entanto, nós temos alguns pedaços de velocidades muito altas, em que os pilotos poderão dar o máximo dos motores, caso tenham coragem de acelerar, explicou.
Este texto foi escrito por: Caio Martins