Canoagem terá trechos complicados (foto: Arquivo Quasar Lontra)
A equipe Mitsubishi Quasar Lontra embarca no dia 21 deste mês para um dos maiores desafios do ano: o Adventure Racing World Championship 2007 (ARWC), Mundial de Corridas de Aventura. A prova de 600 quilômetros será disputada na Escócia, a partir do dia 26. O local da prova é bem selvagem, comenta Rafael Campos, capitão da Quasar Lontra.
Além dele, completam a equipe: Fabrizio Giovannini, Tessa Roorda e Erasmo Cardoso, o Xiquito, que veio da equipe Selva especialmente para a correr o Mundial. O Fabrizio já participou duas vezes dessa prova, no Canadá e Nova Zelândia. É acostumado e gosta de fazer provas longas. Já o Xiquito, tinha combinado com ele desde o início do ano. Ele acabou de voltar do Desafio de Los Volcanes. Foi a primeira prova longa e fria que ele fez e serão as mesmas condições que encontraremos na Escócia, comenta Rafael.
A Quasar Lontra é a única equipe brasileira a disputar a prova deste ano. É a quarta vez consecutiva que a Lontra marca presença na prova mais difícil do mundo.
Os treinamentos estão sendo intensivos na reta final. Individualmente cada atleta treina durante a semana e, nos fins de semana, os treinos são coletivos. Em Ubatuba, litoral norte de São Paulo, a equipe encontrou as condições ideais para os treinos da canoagem: aproveitamos para remar bastante. Entrar em mar com onda, sair em mar com onda, condições que devemos encontrar na prova, explicou Rafael.
As equipes terão pela frente trechos de bike, trekking, canoagem e técnicas verticais. A maior dificuldade será o trecho de água e o frio. À noite, a temperatura é baixa, em torno de 0ºC. Embora a gente reme, não temos a experiência que as equipes estrangeiras tem em remar em água fria e com ondas, comentou Rafael.
Inscrição – Para participar do Mundial, há alguns critérios. Não é qualquer equipe que pode se inscrever. A Quasar Lontra conseguiu a classificação pois terminou pelo menos duas provas válidas pelo Mundial nos últimos anos.
A percurso terá cerca de 600 quilômetros e a característica principal é a ausência dos apoios. A equipe deve ser auto-suficiente em equipamentos e alimentação para suportar de cinco a sete dias de prova.
A organização distribui caixas para as equipes colocarem seus mantimentos no início da prova e levam até determinado PC. A logística das equipes tem que ser muito bem elaborada para não faltar absolutamente nada nas transições. No briefing, a organização informa qual caixa vai para qual transição e, em cima disso, montamos a logística. Temos que ser auto-suficientes, comenta o capitão.
A exigência dos equipamentos também é muito grande. Como eles passarão por regiões inóspitas, a organização fornece a cada equipe uma lista de equipamentos e medicamentos que cada atleta deve carregar consigo. Se em algum posto de fiscalização faltar qualquer item, a equipe é imediatamente desclassificada da prova.
Embora o percurso ainda não seja conhecido, sabe-se que a prova terá grandes desníveis.
A temperatura também não ajudará muito as equipes. Apesar de ser primavera na Escócia, a média máxima não ultrapassará os 14ºC.
A canoagem será bastante exigente. Além de ser em mar aberto, a água é muito gelada, comentou Rafael. O capitão também adianta que haverá trechos de portagem na canoagem, onde será necessário carregar as embarcações. Para isso, estamos comprando uma espécie de carriola para carregar os caiaques, afirma.
A expectativa da organização é que a primeira equipe termine a prova em cinco dias. O nível de quem está lá é muito forte, são equipes muito experientes. Não deve ser impossível eles fazerem nesse tempo, afirma Rafael. O tempo máximo para o término da prova é de sete dias.
Este texto foi escrito por: Thiago Padovanni