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QuasarLontra e Oskalunga se unem para desafio na Patagônia

Redação Webventure/ Corrida de aventura

Lico foi o melhor brasileiro no mundial com a Oskalunga (foto: Eduardo Iezzi/ www.webventure.com.br)
Lico foi o melhor brasileiro no mundial com a Oskalunga (foto: Eduardo Iezzi/ www.webventure.com.br)

Victor Teixeira colocará a equipe QuasarLontra Máster em atividade para um evento de destaque no calendário da corrida de aventura mundial, a Patagônia Expedition Race, que acontece de 10 a 19 de fevereiro, uma prova desafiadora de mais de 600 quilômetros que passará pelo extremo sul do planeta, sem apoio e que não dá premiação ao vencedor. O intuito é aflorar o espírito expedicionário dos atletas.

E quem acompanha o experiente atleta, que está no esporte há dez anos, será Vinícius Cruz, 31 anos, Tatiana Cirillo, 27 anos, e Frederico Gall, 36 anos, o Lico da Oskalunga. Ele lembra que já correu com todos os atletas separadamente, mas que o quarteto nunca fez uma prova junto. Porém, após a formação, não houve treino coletivo.

A idéia de levar Lico para a equipe surgiu em 2008 e o EMA Remake, que aconteceu em agosto de 2008, foi o “teste” do atleta brasiliense, que correu com a Lontra Máster. “Nos demos superbem na prova. E como essa prova na Patagônia exige experiência, preparação física e psicológica, que todos os atletas têm, montamos essa equipe”.

Apesar de Victor ser o único atleta com idade para correr em uma categoria “Máster”, eles optaram por levar a equipe sob o nome de QuasarLontra Máster. Havia ainda a opção de resgatar a Lontra Radical para essa prova. “A equipe nasceu da Lontra Radical, que eu criei em 1998, no primeiro EMA, e ficou com esse nome até 2002 quando nos unimos com a Quasar e a equipe passou a se chamar QuasarLontra. Nesses dez anos, passaram muitos atletas pelas duas equipes e criaram-se dois grupos de idade. Então, eu e o Rafael (Campos) resolvemos dividir em QuasarLontra e QuasarLontra Máster”, explicou o capitão Victor, de 50 anos.

Desafios no extremo sul do continente – Teixeira afirma que muitas dificuldades estão previstas. “A prova acontece na Terra do Fogo e só se chega lá pelo Chile de balsa, ela é o extremo sul da América do Sul. Por isso já dá para imaginar a dificuldade de logística da organização e dos atletas”, contou.

Como é uma prova sem apoio, as equipes terão de deixar prontas cinco caixas com alimentação e roupas para as trocas nos locais determinados pela organização. Há algumas exigências que as equipes têm que cumprir, como sempre levar consigo sleeping bag e um casaco polar a prova inteira, deixando-os auto suficientes.

“Lá será verão, mas a temperatura varia entre 0 e 12ºC e a sensação térmica é de abaixo de zero porque os ventos chegam a 60 km/h”, afirmou Victor. “Além das exigências, se tiver um trekking polar, digo ‘se tiver’ porque se acontecer uma nevasca esta etapa será cancelada, as equipes terão que levar também uma barraca, porque a perna pode durar até três dias”.

A estrutura da Lontra Máster inclui ainda comida liofilizada, calçados e roupas técnicas e especiais para tais condições. “Acho que estamos muito bem preparados”, disse.

Frederico Gall foi o brasileiro mais bem colocado no Mundial de Corrida de Aventura de 2008, com a equipe Oskalunga, que obteve a 4ª colocação, e realiza uma vontade antiga de participar da Patagônia Expedition Race, que está em sua 7ª edição.

“É uma prova que resgata o verdadeiro espírito expedicionário. Tem o intuito da corrida de aventura mesmo, que é ter uma equipe auto suficiente em situações adversas de sobrevivência”, opina.

O atleta da Oskalunga irá unir suas forças e experiência com a QuasarLontra, mas Lico ressalta que a união é em nome do esporte. “Apesar de sermos adversários em várias ocasiões, nos unimos em nome do nosso esporte em diversas situações. Não é em nome do nosso país, porque não temos nenhum apoio do governo, mas em nome do nosso cenário. De qualquer forma, defendemos uma bandeira que não nos defende”, comentou.

Treinamento Obrigatório – A equipe nunca treinou junta, porém eles terão um treinamento especial obrigatório antes do começo da prova. Em uma das etapas de canoagem, que a organização ainda não divulgou em qual local vai ser, será em uma região de mar que com ventos fortes tem ondas de até três metros, então é exigido que todos os atletas saibam fazer o auto-resgate e usar o padle floating, que é um apoio usado no remo que facilita o atleta subir de volta no caiaque caso ele vire.

“Eu e a Tatiana, que também mora em Brasília, vamos para São Paulo no dia 2 de fevereiro, o que irá possibilitar alguns treinos coletivos e o treino específico de resgate, e no dia 6 de fevereiro partimos para a prova, que começa no dia 10”, declarou Lico.

Este texto foi escrito por: Lilian El Maerrawi

Last modified: janeiro 26, 2009

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