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Quem faz rali é jipeiro!!!

Em sua estréia como colaborador do Webventure, o jornalista Fabiano Godoy relembra momentos do off-road há mais de 10 anos e introduz o internauta em um cenário de poucas celebridades e muita aventura no mundo fora-de-estrada.

Já faz quase 13 anos. Era julho e quem gostava de off-road, estava em Campos do Jordão, para assistir à largada do Rally dos Sertões. Na época, só motos participavam e uma carreata de jipeiros, motociclistas e curiosos imaginavam a aventura que os pilotos inscritos na prova teriam pela frente. Pense comigo: de Campos de Jordão a Natal, no Rio Grande do Norte, é chão que não acaba mais. Este foi o começo. Pelo Brasil todo, principalmente em São Paulo, esta pequena movimentação foi apenas a semente para nascer o rali no país.

Quis lembrar esta passagem por um só motivo. Este texto marca o nascimento de uma coluna exclusivamente off-road no Webventure, que tem o objetivo de incentivar pessoas comuns, apaixonadas ou não pelo esporte, a praticarem. Isto mesmo, vestirem o macacão, a bala-clava, prenderem o cinto e saírem acelerando pelo Brasil, derrubando fronteiras.

Mas, o que isto tem a ver com a largada do primeiro Sertões? Muito simples. Nesta época, nomes que hoje estão em destaque no Cross-country eram apenas de jipeiros. Isto mesmo, um pessoal que levantava cedo e percorria a Serra da Cantareira, em São Paulo, de “cabo a rabo”, terminando o dia com uma pinguinha no Bar do Pedrão. Olha só. Só vou citar alguns. René Mello, que correu a temporada passada na Chevrolet Rally Team, já foi campeão da Production, de Mitsubishi e acelera muito, já foi jipeiro. Ele já andou de Suzuki, de Engesa e, se eu não me engano, no bom e velho Willys.

Outra é Helena Dayama, a “Heleninha”!! Quem não cruzou com esta mulher no volante do seu Engesa Azul, com rodas marrom, “aterrorizando” na Serra!? Hoje, é o principal nome feminino no rali. É isto aí, o Cross-Country começou com jipeiros. E, só para reforçar, em 1995, quando resolveram homologar a participação de carros no Sertões, só tinha jipe na largada e quem ganhou foi um Suzuki Samurai, pilotado por jipeiro.

É lógico que hoje, os pilotos que vieram das pistas estão se destacando mais. Os últimos campeões foram Édio Futcher e Guilherme Spinelli. Mas, eles apareceram quando já estava tudo mais ou menos esquematizado.

Como no Stock Car, onde é só sentar e acelerar. Agora, quem preparou o terreno e se aventurou no sertão do país atrás de aventura, foram os jipeiros, pessoalzinho forte e sonhador, que até hoje, a bordo de Willys, Engesa, Samurai e muitos outros, continuam nas trilhas, vislumbrando acelerar forte nos ralis.

Neste espaço quero contar o que acontece no mundo dos ralis, nos bastidores e na competição. Isto inclui as provas que podem ser consideradas entrada dos grandes ralis. Mitsubishi Cup, Copa Troller, Paulista de Cross-country, Copa Baja e o tão sonhado Sertões serão o “prato principal” da coluna. Mas, por hora, deixo aí em cima um “aperitivo” para o pessoal das trilhas.

Que tal colocar o sonho em prática? Ele está logo ali, depois do atoleiro…

Este texto foi escrito por: Fabiano Godoy