Alpinistas que conseguem chegar ao topo do mundo têm três vezes mais chances de sobreviver à descida se usarem oxigênio engarrafado. Um estudo da Universidade de Washington mostra que entre as 1.173 pessoas que tiveram chegaram ao cume do Everest (8.848m) de 1978 a 1999, 8,3% das que morreram na descida não usavam oxigênio suplementar. Entre os que usavam garrafas do gás só 3% perderam as vidas.
Na pesquisa, de 1.077 alpinistas que teriam usado oxigênio, 32 morreram. Entre os 96 que usaram apenas o ar rarefeito, oito pereceram na descida, quando o cansaço é maior devido ao esforço para se chegar ao cume.
Uma conclusão similar foi tirada no K2 (8.611m), a segunda maior montanha do mundo. Nas proximidades do cume, que no K2 é mais acidentado, nenhum dos 47 alpinistas que tiveram sucesso na escalada e utilizaram garrafas de oxigênio morreu ao descer. Mas 22 dos 117, ou cerca de um em cada cinco (18,8%), que não usaram oxigênio extra morreram após chegar ao cume. A maioria das mortes aconteceu durante duas tempestades violentas, em 1986 e 1995.
Mais cuidadosos – “Isto prova que alpinistas que usam oxigênio suplementar têm maiores chances de sobreviver e menor taxa de deterioração física e mental que é inevitável em extremas altitudes”, explica o pesquisador Raymond Huey. “Mas nossos dados não implicam causa e efeito. Uma outra explicação seria que os alpinistas que usam oxigênio extra sobrevivem mais porque são mais cuidadosos ou possuem uma equipe de apoio, o que seria difícil de testar quantitativamente.”
A pesquisa de Huey e Xavier Eguskitza, um historiador do montanhismo no Himalaia, foi publicada na edição do último dia 12 do Journal of the American Medical Association.
Este texto foi escrito por: Webventure