Quer só fazer rapel? Faça de forma correta, respeite o ambiente de montanha e serás respeitado… Tudo bem, o Brasil não tem uma cultura da escalada como os países europeus. Na escalada, os cursos e escolas não fornecem carteirinhas padronizadas, como no mergulho ou vôo livre. Mas o mínimo de intrução e bom senso vem a calhar!!!
Estava alguns fins de semana atrás escalaminhando a normal do Bauzinho – segundo grau, diga-se de passagem – quando um bolo de corda lançado do cume passou a poucos centímetros da minha orelha, zunindo, com aquele barulhinho característico que ouvimos logo após sermos advertidos pelo grito de… CORDAAAAA!!!!! Pena que esse detalhe tenha sido omitido…. afinal pra que olhar ou avisar que lá vai corda…??? Já que num ambiente como o Baú nunca passaria pela cabeça do indivíduo que pessoas poderiam estar escalando logo abaixo…
Vindo logo atrás de mim estava o Edu Minhoca. Ao passar pelo indivíduo, este perguntou ao Minhoca: será que você poderia levar minha cadeirinha para umas meninas lá em cima? Sim, ele estava com mais duas vítimas dividindo uma única cadeirinha e demais apetrechos. Como eu já havia chegado ao cume por aquelas horas e puxava a corda, o Minhoca falou: Prende na corda que elas puxam lá de cima.
“Sabe usar o equipamento?” – Enquanto isso, dando segurança e observando as espécimes rapeleiras desorientadas, logo percebi o perigo e não me contive. Perguntei: Você sabe usar este equipamento? Com aquele olhar de convicção, ela me disse: A gente passa a corda neste troço aqui (era o ATC) e daí no mosquetão…. né???
Para alguém que estava há apenas alguns minutos de descer por uma encosta com mais de 200 metros de desnível, ela me pareceu tão convincente que eu tive que levantar e mostrar como se fazia o rapel. Isso porque o indivíduo lá embaixo era o namorado dela…. imagine se fosse o inimigo!!!
Este texto foi escrito por: Alê Silva (arquivo)
Last modified: maio 22, 2002