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Quilha, o contrapeso do veleiro

Redação Webventure/ Vela

A quilha de um VO70 (foto: Divulgação/ VOR)
A quilha de um VO70 (foto: Divulgação/ VOR)

Você não pode consertar um veleiro de oceano da noite para o dia quando está no meio do nada. Pode custar a sua regata”, diz o Comandante Mike Sanderson. A Volvo Ocean Race é uma competição de classe mundial, de alto risco. Então, com tantas variáveis envolvidas, por que usar uma tecnologia relativamente nova em seu barco? A resposta é em uma só palavra: velocidade.

Uma quilha é como se fosse uma perna debaixo do barco que ajuda a manter os eu equilíbrio e é fundamental para manter o barco de pé. Não só de pé mas equilibrado de maneira perfeita para que as velas possam pegar os ventos perfeitos. Velejadores vivem em busca de velocidade. E qualquer um deles sabe que o equilíbrio e o peso de um barco tem muito a ver com sua velocidade e performance.

O novo barco V70 vai usar a chamada “quilha móvel”. “Não há dúvidas sobre as vantagens da quilha móvel na prova”, disse o comandante do Team ABN AMRO, Mike Sanderson. Mas acrescenta que ele é sempre consciente da segurança. “Lembrem-se que é preciso ter muito cuidado com barcos de competição em oceano. Não se pode ser muito complexo, não tem nada pior do que uma coisas dessas dar errado debaixo d’água: é o fim antecipado da prova”

Pioneirismo – Essa será a primeira vez e m que as quilhas móveis serão usadas na Volvo Ocean Race nos paramétrios de projeto da nova classe Volvo 70. Todos os barcos de 70 pés (21,34 metros) vão usá-la. O projeto foi testado exaustivamente mas o maior item de segurança ainda é a experiência humana.

Os franceses, conhecidos por suas experiências sempre mais ousadas quando o assunto é competições à vela, foram os pioneiros em introduzir a quilha móvel, alguns anos atrás na classe Open 60 que disputa a Vendée Globe e a Around Alone (regatas de volta ao mundo disputadas em solo, com apenas uma pessoa a bordo)

A nova Classe Volvo 70 incorpora diversos itens de segurança como um bulbo, na base da quilha, mais pesado. Tem também sistemas auxiliaries para minimizar o risco da quilha se tornar inoperante ou o barco não ter mais a capacidade de ficar de pé outra vez.

Não é coincidência, portanto que o Comandante Mike Sanderson tenha incluído entre os tripulantes alguns experientes velejadores em quilhas móveis como Sidney. “Sidney e Jan participaram em projetos franceses de quilha móvel. E uma grande parte da nossa tripulação já velejou com elas”.

O helmsman trimmer (timoneiro) do Team ABN AMRO, Sidney Gavignet tem uma enorme experiência em regatas usando quilhas movies. Pode-se até dizer que esse francês é um fã da solução. “É muito fácil de operar. Você tem 2 botões que aperta de acordo com o lado que quer que a quilha se mova. Só isso”

Sidney está se referindo ao sistema totalmente automático de quilha móvel instalado nos barcos Volvo 70. Funciona com a energia dos motores ou baterias e ainda pode ser operado manualmente em caso de emergência.

Estabilidade – Além de tudo, Sidney acrescenta que um barco com quilha móvel é mais estável. “É preciso tomar muito cuidado com barcos de oceano de competição para não ficar malandro demais” Ele considera o pior cenário, “se a quilha bater em alguma coisa. Não dá para consertar um barco quando você está no meio do nada. Pode custar a prova”

A quilha móvel no primeiro barco Volvo 70 vai passar por seus primeiros testes reais nos próximos meses quando a equipe fizer os testes em mar aberto. A experiência nessas saídas vai ser extremamente útil para a prova, quando todos esperam que o sistema de quilha móvel prove que verdadeiramente já atingiu a maioridade.

Este texto foi escrito por: Webventure

Last modified: abril 17, 2005

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