Equipe Quasar Lontra na chegada do Ecomotion 2004 (foto: Camila Christianini/ www.webventure.com.br)
O capitão da Mitsubishi Francis Hydratta Quasar Lontra, Rafel Campos, fala direto da Suécia sobre a corrida de aventura ARWC 2006. Antes da largada, Rafael avaliou tecnicamente a prova, fala de detalhes de navegação, logística, das expectativas da equipe, da dificuldade da temperatura baixa e conta sobre os outros brasileiros na competição.
Hoje, no segundo dia de prova, com 1 dia e 6 horas de competição, a equipe Quasar Lontra está em 19º lugar na competição e a também brasileira Cosa Nostra Caverá está em 32º lugar. Já a atleta Silvia Shubi Guimarães integra a equipe sueca FJS, que está em segundo lugar, atrás da lider Lundhags, também da Suécia. A terceira colocada é a inglesa Golite Timberland.
A prova vai ser muito difícil, muito difícil mesmo. O começo dela, no primeiro dia, vai ser bastante dinâmico, as modalidades vão trocar bastante, mas a partir daí as pernadas começam a ser bastante longas. No mountain bike faremos pernadas de 80km e depois uma orientação de 10 horas. Então outra pernada de 80km, depois mata longa, patins longo, enfim tudo vai ser bastante longo.
O que será também bastante complexo é a logística das caixas, que diferente de todas as outras provas, nós só teremos uma caixa por transição. Então nós temos que calcular bem o que nós vamos deixar em cada caixa, tanto de alimento quanto de comida, porque a gente só deve ver essa mesma caixa umas duas vezes no máximo durante a competição.
Nós temos quatro caixas, mas na transição 1 vai a caixa A, na transição 2 vai a caixa B. Na outra transição volta a ser a caixa A, ou seja, não é em toda a transição que nós vemos as quatro caixas.
Todos os equipamentos, de todos os atletas, estarão numa única caixa, vamos ter de dividir por modalidade. Precisamos também fazer o cálculo de comida porque às vezes passaremos 24 horas sem ver a caixa.
Temperatura baixa
Até antes do briefing estava um tempo perfeito, que nem o do Brasil, estava quente. Aí virou o tempo antes da largada, bastante frio, eu acredito que uns 12°C, ventando bastante, mas isso aqui na cidade. Quando a gente sair para o alto da montanha acreditamos que vai estar bem mais frio. A água está muito fria aqui também. Nos trechos de trekking em cânion deve estar a 10ºC.
Canoagem oceânica
Passaremos pelos fiordes na canoagem em duas pernas: a primeira pelos fiordes com 90km de caiaque no meio do mar. A segunda perna de caiaque são 25km. Mas a primeira é a que é a mais difícil e perigosa segundo a organização.
Trekking na turfa
Passaremos no trekking pinheiros e é tranqüilo, dá para rasgar (a mata) na boa. Agora tem um tipo de mata, que á a turfa que por causa do inverno fica coberta de neve e agora ela fica aberta. Então, parece ser rasteira, mas é bem fechada. No Canadá, em 2004, em nosso primeiro ARWC, enfrentamos esse tipo de vegetação.
Orientação
Após o briefing ficamos com 90% das cartas que fazem parte do percurso, somente um mapa é que temos de fazer um mergulho, uma natação, para achar a parte que falta da carta. Esta carta vai estar presa, submersa, em uma bóia. Com exceção dessa carta o restante está conosco.
Tem carta 1:50.000, tem cartas 1:100.000 e carta de 1:15.000. Terá uma pista de orientação no meio da competição, bem longa por sinal. Mas o restante é 1:100.000 e 1:50.000. As cartas estão bem desenhadas, bem representadas. Só tem algumas legendas que são novidades para nós e que não existe uma simbologia, uma legenda para consultarmos. Nós tivemos algumas dúvidas quanto a isso, mas solucionamos com a organização.
Fisicamente estamos bem, estamos tranqüilos, num bom clima, um pouco apreensivos. O Zé (José Luiz Reginato ) está bastante apreensivo, porque é a primeira prova muito longa dele e fria. Mas no geral estamos bem, preocupados, porque a prova vai ser muito difícil.
Falamos no briefing com equipe Cosa Nostra Caverá e eles estão tranqüilos. Parecem estar um pouquinho mais perdidos, mas é natural, porque é muita informação, muita novidade e é a primeira grande prova internacional deles. Mas isso não é só deles, não: eles estão um pouquinho mais do que a média, mas no geral está todo mundo muito preocupado, bastante apreensivo, porque é muita informação da prova e a prova é bem difícil. A Shubi também está aqui, com a equipe sueca.
Rafael Campos e a equipe Mitsubishi Francis Hydratta Quasar Lontra têm o patrocínio de Mitsubishi Motors e Francis Hydratta, apoios de Timberland, Trek, GU, Ideal Treinamento Corporativo, Associação Paulista de Corrida de Aventura, academias Reebok Sports Club e Competition, Oakley, Hidro 2, Ciclo Caravelle, Viasport, Assessoria Esportiva 4 Any 1, Headwear e Núcleo de Estudos em Esporte e Ortopedia.
Este texto foi escrito por: Rafael Campos, capitão da Quasar Lontra