Fabricio Carvalho instrutor de rafting e João Paulo Villani diretor do Núcleo Santa Virgínia. (foto: Camila Christianini/Webventure)
Direto da Adventure Fair, SP – O Parque Nacional da Serra do Mar/Núcleo Santa Virgínia, com sede no município de São Luiz do Paraitinga (SP), é o pioneiro a trabalhar com o estudo de capacidade de carga no rafting no Brasil.
Isto consiste em fazer um estudo do meio ambiente, ou seja, da flora, da fauna, do relevo, e saber, a partir de equações matemáticas, qual é a carga que o ecossistema da região suporta. Por exemplo, quantos botes e pessoas são permitidos em determinado rio para que os bichos não fujam das margens ou para que os pássaros não migrem. Assim, a atividade é realizada sem danificar o meio-ambiente.
Esse é um trabalho que começou na Costa Rica, com trilhas e foi adaptado para o rafting por João Paulo Villani, diretor do núcleo Santa Virgínia. Este sistema foi implantado dentro do Parque por duas empresas, a Cia do Rafting e a Montana Rafting, que operam com base neste estudo desde 1999.
No rio que trabalhamos, que tem 8km, é permitido apenas 54 pessoas por dia e, além disso, os passeios são realizados apenas de quinze em quinze dias, que é o tempo que os bichos que vivem na região demoram para se ‘adaptar’ à presença desses visitantes no Parque, de acordo com o estudo, explicou João Paulo.
Mesmo com o tempo de atividade mensal menor do que de outras empresas do ramo, João Paulo diz se sentir privilegiado em ter um trabalho deste tipo. Agindo desta maneira, nós realizamos um trabalho de uso sustentável. Temos garantia de que o meio ambiente onde operamos estará sempre preservado.
Muitas operadoras ainda não aderiram a essa iniciativa. As secretarias de turismo de alguns municípios muitas vezes não querem diminuir o número de visitantes na região para ter em troca um trabalho mais ambiental, acredita João Paulo.
Este texto foi escrito por: Camila Christianini