Raiza Goulão completou a prova de Mountain Bike da Rio 2016 em 20º lugar na tarde desse sábado, alcançou o objetivo planejado de ficar entre as 25 melhores ciclistas, mas ao final se sentiu na obrigação de dar uma satisfação aos brasileiros. Foi uma ótima experiência, mas por um lado peço desculpas por não ter conseguido um resultado melhor.
Ela completou as seis voltas de 5.440m em 1h39min21, 9min06 depois da campeã Jenny Rissveds, da Suécia. Foi uma prova bem dura, no começo não larguei bem, cheguei a ficar entre as 16 primeiras, mas não suportei, lembra a representante de Goiânia. Estava buscando um top 25 como realidade pelo nível das atletas que estavam competindo, um top 15 seria extraordinário, mas estou feliz com mais um objetivo alcançado, completa.
Ela se disse orgulhosa por disputar posições com a alemã Sabine Spitz, que ostenta no currículo três medalhas olímpicas (bronze em Atenas 2004, ouro em Pequim 2008 e prata em Londres 2012). Acho que de passo em passo estamos buscando os resultados para o Brasil. Na última volta sofri com câimbras, o que significa que dei o meu máximo.
Assim como em outras modalidades ao longo das Olimpíadas, o apoio do público brasileiro foi um diferencial para incentivar a ciclista. Foi incrível, nunca tive a oportunidade de ter uma torcida tão calorosa. Não consegui reconhecer quase ninguém, mas só tenho a agradecer à minha família e ao Time Brasil.
O trajeto foi montado em uma pista artificial na região de Deodoro, zona oeste do Rio de Janeiro com diversos obstáculos para desafiar os competidores, entre eles uma descida de pedras com inclinação de quase 40º, saltos e flip flops (pegadas de sandálias típicas do Brasil). O circuito prevaleceu ambas as bikes (hard e full suspension), mas na subida era melhor para as bikes mais leves, explica Raiza que usou uma bicicleta com suspensão. Eu pude regular, então ela estava como hard. Acho que tudo depende muito do atleta.
Ao término da Olimpíada a arena será desmontada, já que é uma das instalações temporárias do evento. Peço que mantenham a pista. Acho que esse circuito seria a porta de entrada para novos talentos e para treinarmos, pois está em pé de igualdade com as lá de fora. Seria legal também fazer um trabalho de base.
Perguntada ser após os jogos tiraria umas férias, Raiza é enfática na resposta. A partir de amanhã já começa meu trabalho para 2020. Quero trazer resultados mais expressivos para o Brasil.
Este texto foi escrito por: Alexandre Koda
Last modified: fevereiro 25, 2017