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Rally dos Sertões: 10 anos descobrindo o Brasil

Redação Webventure/ Offroad

Marcos Ermírio de Moraes  diretor da Dunas Race. (foto: Arquivo Webventure)
Marcos Ermírio de Moraes diretor da Dunas Race. (foto: Arquivo Webventure)

Trinta motos. Foi com esse modesto número de competidores que começou o Rally dos Sertões, nos idos de 1993. De lá para cá, a cada ano, o número de pilotos foi aumentando e carros, caminhões e quadriciclos também entraram na competição.

O rali cresceu e se profissionalizou. Hoje, dez anos depois da primeira aventura, 1100 pessoas seguirão em caravana, mais uma vez, pelo sertão do Brasil.

Serão 100 motos, 113 carros e 6 caminhões, somando veículos de competição e de passeio (Expedition). Isso sem contar outros tantos carros, motos, caminhões, aviões e helicópteros que se encarregarão de transportar equipes técnica, médica e imprensa.

Comissão de frente – Marcos Ermírio de Moraes, diretor geral da Dunas Race, e Simone Palladino, diretora comercial e de produção da mesma empresa, estão juntos neste negócio desde 1996, quando Marcos Moraes passou a dirigir o Rally dos Sertões.

Simone trocou a carreira de produtora de fotografia e cinema pelo off-road. Já são sete anos à frente do maior rali da América Latina e o que mais marcou Simone nestes anos foi o crescimento e a profissionalização da prova, além de fatos nem um pouco alegres. “Algumas coisas tristes também marcam a gente, como a perda de pessoas queridas dentro do evento e cenas de crianças chorando. E uma grande lição de vida é o companheirismo, é impressionante como as pessoas ficam unidas no rali”, revela.

Trabalhar na organização de um evento grande como este não é nada fácil, ainda mais para uma mulher. Em 96, Simone era praticamente a única que acompanhava o rali (hoje são cerca de 100) e sentia um certo “preconceito” por parte dos pilotos. Várias vezes já pensou em largar o rali, mas por quê? “Porque é cansativo, porque é estressante, porque às vezes você acha que não vale a pena, mas aí, quando tem o reconhecimento, a gente vê que vale a pena”, diz Simone.

Para Marcos Moraes, que é engenheiro florestal e administrava uma fazenda de laranjas, os primeiros anos no comando do rali foram bem difíceis. “Os primeiros ralis que organizamos foram um desastre. Não entendíamos nada do assunto, o que acabou gerando gastos maiores do que o previsto”, diz ele. No entanto, o investimento agora dá retorno, o faturamento do rali cresceu nada menos do que 1757%, sem contar com outros ganhos como o alto retorno de mídia e a confiança dos pilotos.

Preocupação social e ambiental – Além de movimentar as cidades por onde passa, desde o ano passado, o rali também presta um serviço social para as comunidades anfitriãs. Em 2001, a organização distribuiu dez toneladas de alimentos e, neste ano, com o patrocínio do Banco Real, serão distribuídas 55 toneladas.

Ainda no ano passado, o mesmo banco forneceu um trailer médico com clínico geral e ginecologista, que atendiam às pessoas nas cidades em que o rali dormia. Desta vez, os médicos poderão não só atender, mas medicar seus pacientes ao longo do caminho. Algumas equipes de competidores também farão doações de material escolar, livros e kits de higiene bucal.

A questão ambiental também é uma preocupação dos organizadores do Rally dos Sertões. A equipe Os Canastras será responsável pela limpeza das trilhas depois que os competidores passarem, como já aconteceu no ano passado. Eles recolhem tudo, desde vidros quebrados, pára-choques perdidos, até o combustível que eventualmente possa se espalhar pela terra.

Todo este trabalho tem a sua compensação ao fim da prova. “É o melhor momento do rali, quando a gente chega e vê que todo mundo chegou bem e, graças a Deus, acabou e está todo mundo aqui. O pior é quando as pessoas não chegam, quando a gente perde”, diz Simone. Nesta décima edição, os competidores do Rally Internacional dos Sertões sairão de Goiânia, capital de Goiás; e seguem por mais quatro estados brasileiros: Minas Gerais, Bahia, Piauí e termina em Fortaleza, no Ceará.

Este texto foi escrito por: Fábia Renata

Last modified: julho 23, 2002

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