Despres foi o melhor hoje (foto: Donizetti Castilho/ www.webventure.com.br)
Direto de Alto Parnaíba (MA) – O Rally dos Sertões chegou ao interior do Maranhão em uma das especiais mais duras da história e a mais difícil do rali até agora, segundo os poucos competidores que chegaram na cidade destino de hoje, Alto Parnaíba.
Até às 18h50, apenas 46 motos e um quadriciclo tinham terminado a etapa, das mais de 80 que largaram hoje. Nos carros a situação é pior, vários veículos considerados favoritos ficaram pelo meio do caminho e apenas seis duplas estão em Alto Parnaíba. Nenhum caminhão terminou a etapa até esse horário.
O primeiro a chegar nos carros foi José Franciosi, que está no seu segundo Rally dos Sertões e terminou em quarto na geral em 2005. A especial está muito dura, tem que trazer o carro com o maior cuidado. Vi hoje todos os favoritos ficarem pelo caminho, contou.
Para seu navegador, Rafael Capoani, a concentração foi fundamental para o bom desempenho da dupla. Precisamos chegar no final do dia amanhã, então ficamos muito concentrados. Hoje qualquer errada na navegação poderia custar o rali inteiro. Um erro de 50 metros poderia nos jogar em buracos enormes, contou.
Cemitério – A especial para os carros virou um verdadeiro cemitério de veículos quebrados. Encontrei todo mundo pelo caminho quebrado, ou atolado. Muita gente deve ter tido problemas de motor, porque hoje a temperatura chegou perto do máximo. Nós tiramos o pé nas horas críticas e conseguimos chegar, mas ainda tem muita gente que está longe de chegar, disse Reinaldo Varela, segundo piloto a chegar hoje.
Para as motos, além de exigir muito do equipamento, o preparo físico dos pilotos chegou ao limite. Os estrangeiros que participam do Dakar afirmaram que a especial de hoje não perde em nada para algumas do maior rali do mundo.
José Hélio, bicampeão do Sertões, afirmou ter sofrido com a especial de hoje. Caí diversas vezes, não gosto muito do Jalapão para pilotar. É um dos lugares que acho mais bonitos do Brasil, mas não é bom para andar de moto. A areia, pedras, raízes de árvore, calor e especiais longas dificultam demais, afimrou.
Para Jean Azevedo, que terminou em quarto lugar hoje, o dia exigiu muita navegação. Foi preciso ter muito preparo para agüentar as dificuldades da especial de hoje e ainda o calor que fez hoje. Infelizmente, para mim não foi uma etapa muito boa, tive um problema com o suporte que prende o farol e os equipamentos de navegação. Nos últimos 100 quilômetros eu fiquei segurando tudo com a mão, contou.
Mesmo na etapa maratona, na qual nenhum competidor pode fazer manutenção em seus veículos, a organização abriu uma exceção para Jean arrumar o equipamento, uma vez que o conjunto é necessário para sua segurança.
Outro Lado Dimas Mattos foi o único que saiu sorridente de cima da moto ao chegar em Alto Parnaíba hoje. Alguns reclamam porque não gostam de pilotar muito. Mas eu adorei, ano passado quebrei a 100 quilômetros do Jalapão e não fiz a especial. Estava com esse monstro na cabeça para este ano, mas hoje ele não me venceu. Me diverti como uma criança nessa areia, contou o piloto.
Este texto foi escrito por: Daniel Costa