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Raptor, o único quadriciclo desbravando os Sertões


Quadriciclo entre as motos na chegada a natividade (foto: Fábia Renata)

É uma uma moto? Não. É um carro? Também não. É um quadriciclo Yamaha, o único veículo deste tipo participando da 9ª edição do Rally Internacional dos Sertões.

Carlo Collet é o piloto do único quadriciclo da prova. Segundo ele, está sozinho porque é uma modalidade nova no Brasil e porque os outros integrantes de sua equipe são menores de 18 anos e não podem participar de uma prova internacional. “Vi corridas lá fora, já tenho há mais de cinco anos e queria provar pra todo mundo que um quadriciclo é capaz de fazer o Rally dos Sertões,uma vez que são capazes de correr o Paris-Dakar”, conta.

O ex-piloto de carro comprou, ainda na década de 70, primeiro um triciclo. Em 1985, trouxe um quadriciclo só para brincar e achou interessante. Collet corre há cinco e além do Sertões, participa da Copa Baja, que já tem mais pilotos de quadriciclos.

Nas provas, o quadriciclo está enquadrado na categoria motos e durante as etapas Collet tem chegado entre os dez primeiros, mas na classificação geral está em 16º, pois teve um problema mecânico com o seu Raptor.

Diferente mas rápido – O Yamaha 660 Raptor é um quad (como se são conhecidos os quadriciclos no meio off-road) de competição.É o mais moderno do mercado e algumas adaptações foram feitas para provas longas.

Segundo Collet, dirigir um quad é mais cansativo do que moto, porque é necessário prestar mais atençãona hora de procurar uma trilha. “Tem que encontrar duas trilhas para passar, e paralelas, porque precisa passar as duas rodas dele. Quando a trilha é de carro, tem as duas marcas dos pneus e a moto, por exemplo, escolhe uma ou outra e passa. De quad, tem que escolher uma e passar o outro lado no meio. Precisa ter muito cuidado para não ter nenhuma surpresa”, explica.

Para a etapa de hoje, no Jalapão, Collet está otimista, uma vez que a areia, elemento predominante nas trilhas do deserto do Jalapão, é o terreno dos quads. Com relação à quebra de alguma peça, Collet não está preocupado. Ele afirma que seu quad está em ótimas condições e todas as peças que podem dar problema estào sendo levadas, já que nesta etapa, não é permitida a ajuda do apoio. E se o pneu furar? Não tem problema, pois com o pneu furado anda normalmente até o final do trecho cronometrado. O pneu não sofre danos e a calibragem é baixa.

Sucesso lá fora – Nos Estados Unidos, algumas provas têm mais quadriciclos correndo do que motos.Nos Seis Dias de Portugal, havia 100 quadriciclos. “No Brasil, ninguém conhece o veículo, muita gente acha ele estranho, difícil de dirigir”, conta o piloto.

Com relação a acidentes, é mais difícil se acidentar, mas quando cai machuca mais, porque o quadriciclo lança longe. Nestas primeiras etapas, Collet não teve problemas com acidentes, só com as erosões, que são difíceis de passar. Em retas, também perde para as motos, pois tem de manter a velocidade máxima por muito tempo. Se for uma trilha um pouco mais travada, o quad corre de igual para igual com as motos.

Este texto foi escrito por: Fábia Renata