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Ravelli, pronto para abocanhar de vez a vaga olímpica


Nada de contas: Ravelli quer o título brasileiro com vitória na etapa final (foto: Divulgação MMPress)

Ravelli fala do desempenho na Copa, etapa por etapa…
… e fala da estratégia para vencer o Brasileiro

Ele está pronto para, definitivamente, arrebatar a vaga do Brasil nas Olimpíadas de Sydney, em setembro. Até aqui, Márcio Ravelli já passou por tudo: boatos de que fora escolhido pela Confederação para ser o dono da vaga a despeito de qualquer seletiva, mais história de que seriam resultados na Copa do Mundo que definiriam o atleta olímpico e um mau começo de temporada. Agora, líder do campeonato que oficialmente vai acabar com o suspense da vaga, ele afirma em entrevista à Webventure: “Estou sentindo a Olimpíada cada vez mais perto”.

Webventure – Agora está tudo nos eixos: você é o líder do Brasileiro, que vai decidir o dono da vaga olímpica. Mas custou um pouco para você chegar à essa posição. O começo ruim de temporada chegou a abalar você?

Márcio Ravelli – Não, isso faz parte, sempre foi assim… Eu começo mal o Brasileiro e depois vou vencendo. Não houve pressão, estou na equipe (Scott) há três anos e eles sabem que é assim.

Webventure – Você chegou ontem de três semanas na Europa e a final do Brasileiro é daqui há três dias. Participar da Copa do Mundo em meio a uma competição tão importante atrapalhou?

Ravelli – Não, só melhorou. Já tenho bastante experiência em provas internacionais, mas o ritmo é muito mais forte. Eu não me cansei, serviu para que eu chegasse melhor para essa final. Isso abala psicologicamente os adversários, que sabem que você foi para uma Copa e vai chegar aqui bem mais forte.

Webventure – Como você avaliou o seu desempenho nas etapas?

Ravelli – Na verdade, não me dei bem em nenhuma. Em duas, tive problemas mecânicos e na outra não estava bem por causa do clima muito frio. Na Alemanha, sábado passado, cheguei a terminar o qualyfing em nono lugar, mas na prova principal estava indo bem quando um atleta perdeu o controle e bateu na roda traseira da minha bicicleta, entortando a mudança de marcha. Mas isso é normal… Os resultados não foram tão significativos, o importante foi ver que eu estava bem fisicamente.

Webventure – A final do Brasileiro vai ter pontuação dupla. Isso quer dizer que nada está ganho por antecipação…

Ravelli – Exato. Eu, o Renato Seabra e o Albert Morgan podemos ficar com o título. Quem chegar primeiro, leva. Eu tenho alguns pontos a mais que podem me favorecer numa combinação de resultados. Se um deles ficar em segundo e eu em terceiro, o título é meu. Mas vou lutar pelo primeiro lugar para fechar com chave de ouro.

Webventure – Afinal, o que foi passado pra você no começo do ano sobre a decisão da vaga olímpica?

Ravelli – Primeiro disseram que eu seria o representante do Brasil independente da participação em qualquer campeonato, depois que valeria a Copa do Mundo mais o Brasileiro e, finalmente, decidiram que só contaria o Brasileiro. Foi confuso. A única vantagem para mim se o primeiro boato fosse verdadeiro, era que eu poderia me dedicar o ano todo só ao treinamento para as Olimpíadas. Eu tive que adiar isso para estar bem no Brasileiro, estava preparado psicologicamente para uma coisa e acabou sendo outra. Mas também acho que a decisão não poderia ser no tapetão, tinha de haver algum tipo de seletiva. Não sei se eles fizeram isso porque achavam que eu não estaria bem neste ano…

Webventure – Não é melhor provar com resultados?

Ravelli – Bem melhor.

Webventure – Hoje você sente a vaga mais perto?

Ravelli – Desde a segunda etapa do Brasileiro eu sinto isso. Agora tenho de trabalhar em cima dos erros dos adversários. Acho que eles também estão psicologicamente abalados, pois sabem que se eu ando bem numa etapa, vou bem na outra. Mas será difícil pra todo mundo. Eu tenho uma super autoconfiança, sei que sou capaz. O meu patrocinador também colocou o que há de melhor em equipamentos à minha disposição nesta etapa. Também vivo um momento de muita tranqüilidade na família. Isso tudo é tão importante quando aspecto físico.

Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira