Os dois moram em Itu (SP) e estão entre os melhores bikers do Brasil. Amigos, planejam uma temporada diferente em 2.000, de preferência bem longe daqui. Odair Pereira quer aperfeiçoar o que começou neste ano: um estágio nos EUA, nem tanto com ‘a cara e a coragem’, como em 99, quando teve de vender o carro para custear as despesas. Márcio Ravelli poderá acompanhá-lo em algumas provas, mas já tem destino certo: as Olimpíadas de Sydney.
Juntos, eles estiveram com a reportagem da Webventure durante a Adventure Fair, na semana passada, em São Paulo. Num bate-papo descontraído, concordaram em pelo menos um ponto: agora é cada biker por si, sem depender da Confederação.
Webventure – Vocês vão mesmo correr nos EUA em 2.000?
Ravelli – Pelo menos de algumas etapas do Norba (National Off Road Biking Association). Agora a gente tem que se virar porque não dá mais pra depender da Confederação.
Webventure – Quais as principais diferenças entre as provas dos EUA e as brasileiras?
Odair – Lá o circuito é mais longo, tem subidas e descidas mais longas, de até 25 minutos. Na Europa também é diferente, lá eles têm subidas curtas e descidas logo em seguida, tornando a prova mais veloz.
Webventure – Como você se arranjou lá fora?
Odair – Vendi o carro e fui com a cara e a coragem, meu inglês nem era tão bom. Lá eu encontrei uns bikers americanos que me hospedaram, foi tudo assim…
Webventure – E valeu a pena?
Odair – Com certeza, uma experiência dessas sempre vale a pena. Eu gastei o meu dinheiro, foi difícil, mas no ano que vem eu vou fazer tudo de novo.
Webventure – Em 2.000, você tem também um outro objetivo, as Olimpíadas. O paísl tem a vaga garantida pela UCI (União Internacional dos Ciclistas). Como nº 1 do Brasil, você já se sente em Sydney, Ravelli?
Ravelli – Pela minha bagagem, eu digo que será difícil perder esta vaga. Mas vai ser uma briga dura. Até uns dois anos atrás eu ia para uma prova e sabia que iria dominar, mas agora tem muitos bikers andando bem. Também vai depender do critério usado pela Confederação, que é dominada pela Caloi (Ravelli é da equipe Scott). O certo seria mandar três ou quatro bikers para etapas da Copa do Mundo e quem tivesse melhor desempenho ficaria com a vaga. Foi assim em 96.
Webventure – A Confederação já disse algo a respeito?
Ravelli – O (Antonio) Fernandes (diretor de MTB da confederação) disse que pretende fazer isso, que seria o certo. Mas a gente não sabe o que passa pela cabeça dele, já que é da Caloi.
Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira