Marcio Ravelli na reta final do primeiro dia. (foto: Camila Christianini/Webventure)
Direto de Mariana (MG) – Neste sábado, debaixo de um sol muito forte, com termômetros marcando 38ºC, 1105 bikers largaram da praça Tiradentes, em frente à histórica igreja, na cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais, para disputar os 75km do primeiro dia do Iron Biker 2003.
Às 10hs foi dada a largada, após a execução do hino nacional e a benção do padre Cristóvão. Já é tradição: após rezar um Pai-Nosso para todos os competidores, ele pega a bicicleta e se junta aos competidores.
O percurso – Partindo da praça da Inconfidência, os atletas pedalaram cerca de 4km de asfalto e entraram em estrada de terra. Subindo e descendo morros e mais morros, a paisagem era a de um formigueiro. Olhando de cima da serra, era capacete que não acabava mais. Um espetáculo de cores e emoções para os que participaram ou mesmo para os que apenas aplaudiram a prova.
Durante mais da metade do percurso a disputa da Elite Masculina estava acirrada entre Marcio Ravelli (Scott-Fiat), Odair Pereira (Scott-Fiat) e Abraão Azevedo (Amazonas-Sundown), mas nos últimos 10km Ravelli disparou, chegando em Mariana (MG), ponto final deste primeiro dia de competição, como vencedor.
Ravelli completou os 75km em 3h35min. Após três minutos chegaram Odair e Abraão, respectivamente, com uma diferença de segundos definidos no sprint final.
Apesar da disputa, a maior briga é com o sol. O psicológico começa a pesar e se você não tiver cabeça acaba desistindo no meio do percurso, disse o campeão Marcio Ravelli, tirando as meias após a chegada. Ravelli venceu o Iron Biker em 1996 pela última vez. Amanhã vou sair com tudo para meu quarto título no Iron.
Sobre a dificuldade deste primeiro dia, ele até respirou fundo para responder. Não existe Iron Biker sem subidas ou descidas. É uma das provas mais difíceis do Brasil e até no mundo. Atleta de cross-country, acostumado com este tipo de sobre-e-desce, disse que sua melhor fase é no meio do ano, quando se prepara para o Campeonato Brasileiro da modalidade.
No cross você conhece o percurso e tudo fica mais fácil. No Iron você não o conhece e é uma dificuldade a mais e as subidas são intermináveis. Quem não estiver preparado fica no meio do caminho, alertou.
Odair Pereira, segundo colocado, sentou com rapidez na calçada de Mariana para tomar água após o desgaste de mais de três horas. Hoje já fui para o tudo ou nada. Já cheguei no meu limite, disse o vice do dia.
Eu esperava ter uma prova muito disputada, pois ela é muito longa. Mas alguém que não estava bem hoje pode estar melhor amanhã e se dar bem. O Iron Biker é cheio de surpresas.
Amanhã, segundo e último dia de prova, os bikers pedalam mais 73km num circuito em volta da cidade de Mariana (MG). Vence a competição quem somar o menor tempo nas duas etapas.
Este texto foi escrito por: Camila Christianini