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Recuperação fantástica de Cacá Clauset e Amyr Klink

Equipe Hollywood Troller sobe na classificação

08.01.2000 Os problemas enfrentados na véspera ficaram para trás e hoje, a 3a. etapa do Rali Paris Dakar Cairo 2000, foi excelente para a equipe Hollywood Troller, em especial para a dupla Cacá Clauset/Amyr Klink, que largou na posição 122 e terminou a etapa em 54º, ganhando 68 posições.

A dupla cearense Arnoldo Jr/Galdino Gabriel foi outro destaque. Com o carro bem acertado, ganhou 19 posições no dia, terminando a especial em 43º, depois de largar em 62º lugar. Assim, Arnoldo ocupa agora a 3a. colocação entre os novatos, posição que ontem estava com Reinaldo Varella.

Já as duplas, Roberto Macedo/Marcos Ermírio de Moraes e dupla Reinaldo Varella/Alberto Fadigatti enfrentaram alguns problemas, mas concluíram a especial. Varella/Fadigatti, que ocupavam a melhor classificação na equipe, com o 14a. lugar na categoria T3.1, tiveram o radiador furado, mas deram um “jeitinho brasileiro” para cumprir o percurso. O experiente Fadigatti colocou um ovo no buraco, que com a temperatura da água solidificou, resolvendo temporariamente o problema. Eles largaram em 41º e terminaram em 89º na etapa.

Dia 8/1/00 – Etapa III

Kayes (Mali) > Bamako (Mali) DL-65Km, Esp-287Km, DC-355Km TT-707Km
Saindo de Kayes a etapa é bastante parecida com aquela do dia anterior e usa mais uma vez estradas que posssivelmente estarão muito danificadas pelas pesadas chuvas. A rota leva os competidores pelo oeste do Parque Nacional do Boucle de Boule e pela floresta Badinko.
Então muda o cenário porque os veículos entram pela mata africana com trechos perdidos no meio de densa vegetação. A estrada sinuosa e ondulante continua até a periferia de Bamako a capital do Mali.

Uma etapa que apresenta também a floresta aos concorrentes do Rali. Vamos ter um comportamento ainda cauteloso dos carros menos adaptados a essas condições de terreno, carros que só estão esperando as dunas para mostrar o seu brilho.

Os perigos

As estradas continuam estreitas e isso é sinônimo de maior dificuldade nas ultrapassagens. Mas nessa etapa o maior perigo está nas falhas da navegação. Apesar de curta é uma etapa onde fica fácil se perder e isso significa atraso, difícil de se recuperar .

Informações sobre o andamento da prova fornecidas pela organização

Carro 344 – Reinaldo Varella/Alberto Fadigatti
3a. etapa

Largada: 9h59 (posição 41)

PC 1 : 10h38m11 (posição 40)

PC 2 : 12h15m49 (posição 51)

Término: 14h24m54 (posição 64)

  • 3a. etapa

    Novatos: 15º

    T3.1: 26º

    T3: 49º

    Geral do dia: 89º

    Classificação geral

    Geral na prova: 61º

    T3: 31º

    T3.1: 18º

    Novatos: 7º

    Carro 342 – Roberto Macedo/Marcos Ermírio de Moraes

    3a. etapa

    Largada: 10h18 (posição 60)

    PC 1 : 10h57m14 (posição 60)

    PC 2 : 12h20m57 (posição 56)

    Término: 14h38m44 (posição 72)

  • 3a. etapa

    Novatos: 13º

    T3.1: 25º

    T3: 46º

    Geral do dia: 86º

    Classificáão geral

    Geral da prova: 99º

    T3: 55º

    T3.1: 24º

    Novatos: 19º

    Carro 343 – Arnoldo Jr/Galdino Gabriel

    3a. etapa

    Largada: 10h20 (posição 62)

    PC 1 : 10h58m08 (posição 62)

    PC 2 : 12h21m09 (posição 57)

    Término: 14h04m09 (posição 52)

  • 3ª. Etapa

    Novatos: 3º

    T3.1: 14º

    T3: 24º

    Geral do dia: 43º

    Classificação geral

    Geral na prova: 59º

    T3: 30º

    T3.1: 17º

    Novatos: 5º

    Carro 345 – Cacá Clauset/Amyr Klink

    3a. etapa

    Largada: 11h21 (posição 122)

    PC 1: 12h03m10 (posição 115)

    PC 2: 13h29m30 (posição 95 )

    Término: 15h16m21 (posição 87)

  • 3a. etapa
    Categoria Novatos: 5º lugar

    T3.1: 17º

    T3: 28º

    Geral do dia: 54 º

    Classificação geral

    Geral na prova: 97 º

    T3 : 54

    T3.1 : 23

    Novatos: 18

    Direto do Deserto

    Palavra de Cacá Clauset

    O dia de ontem foi realmente estressante. Desabafei como desabafa um jogador de seleção, frustrado de ver uma boa atuação prejudicada por fatores “extra-campo”. Mas ainda tem muito chão pela frente e vamos acertar o passo. Nosso objetivo é chegar no Cairo”

    Palavra de Arnoldo

    A etapa de hoje foi longa e difícil, daquelas para tirar competidores e destruir carros. Comemos muita poeira, 700 km de poeira. Além disso, muita pedra, um trecho parecido com a Serra do Cipó, do Rali dos Sertões. Exige muito cuidado e atenção, pois as vezes andamos colado no carro da frente e não vemos os buracos. No último trecho, já noite, me sentia dentro de um túnel cego, pois misturava a poeira com as luzes do farol. Quanto ao carro, esteve ótimo e andei com muita cautela. Não vejo a hora de chegar no deserto, não só porque gosto, mas porque não agüento mais poeira”.

    O Comentário do Piquet

    Qualquer competição é sujeita a diversas intempéries. Muitas delas são previsíveis e contornáveis, outras porém, entram para o folclore porque parecem causadas pelo “Sobrenatural da Silva” como dizia o meu xará Nelson Rodrigues.

    Por mais que seja frustrante perder tempo ou ver a vitória escapar por causa de detalhes sobre os quais não temos controle, temos que aceitar a fatalidade e continuar lutando. Já deixei de ganhar muitas vezes por causa de problemas bobos de falta de atenção, mas já venci também quando essas desatenções (lembram-se do Mansell na Hungria perdendo a porca mal colocada de uma roda traseira) aconteceram com os outros. E isso em provas de F1, que não chegam a durar nem duas horas. Imaginem só o que tem para acontecer em um Rali como o Dakar. O que ouvimos até agora não é nada comparado com o que ainda vamos ficar sabendo. O jeito é não desanimar (a parte mais difícil) e continuar lutando porque tem sempre coisa boa para tirar mesmo das situações mais extremas.

    Etapa IV – Dia 9/1/00 (Domingo)

  • Bamako (Mali) > Bobo Dioulasso (Burkina Faso) DL-70Km, Esp-350Km, DC-250Km TT-670Km
    O Rali deixa o Mali e entra em Burkina Faso “A terra dos homens de bem” na tradução literal do nome . Depois da calorosa recepção pela população local em 1999, a organização resolveu voltar. A especial atravessa a floresta tropical em estradas de terra vermelha de laterita. Alterna momentos muito rápidos com muita sinuosidade atravessando a mata. A vegetação pode ser bastante densa às vezes o que vai dificultar muito as ultrapassagens.
    O acampamento (bivouac) vai ser em Bobo (a capital do País) cidade onde a bicicleta reina. Não se podem perder as corridas organizadas pela população local, um espetáculo de primeira. A cidade calma, fresca e definitivamente africana é muito interessante com largas avenidas ladeadas por árvores tropicais. Além disso o clima é bom, a vida é boa e a população é extremamente amigável.

    Este texto foi escrito por: Meg Cotrim