Webventure

Renctas promove encontro para discutir biopirataria


Araras são um dos alvos preferidos dos contrabandistas. (foto: Arquivo Renctas)

A Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas) está promovendo desde ontem (03/12) o 1º Workshop da Rede Sul-Americana de Combate ao Comércio Ilegal da Fauna Selvagem, na Academia da Polícia Federal, em Brasília. Uma das metas é criar um banco de dados para que os países compartilhem informações sobre traficantes de animais silvestres e as espécies mais visadas.

O ministro do Meio Ambiente, José Carlos Carvalho, participou da abertura do encontro e destacou que o tráfico de animais silvestres segue as mesmas rotas e métodos dos traficantes de drogas.

Também participante do evento, a embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Donna Hrinak, disse que o tráfico de animais movimenta anualmente até US$ 20 bilhões, só perdendo para drogas e armas.

Prejuízo – A Renctas estima que o tráfico de animais silvestres no Brasil seja responsável pela retirada anual de 38 milhões de espécimes da natureza. Em cada 10 animais traficados, apenas um chega ao seu destino final; os outros nove acabam morrendo no momento da captura ou durante o transporte.

Além de ter a sua biodiversidade ameaçada, o Brasil perde, anualmente, com o tráfico, uma quantia financeira incalculável e perde ainda uma gama irrecuperável de seus recursos genéticos.

Entre as soluções ventiladas no encontro está a união com países que são o destino dos animais contrabandeados na fiscalização da biopirataria.

Nova lista – O Ibama deve divulgar no dia 12 de dezembro, em Belo Horizonte, uma nova lista das espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção. A Fundação Biodiversitas é responsável pelo levantamento. A última lista foi publicada há 13 anos.

A inclusão de peixes e de espécies recém descobertas na composição do documento e a adoção de uma nova metodologia de aferição da situação na natureza, bem como o estabelecimento de critérios de classificação mais específicos farão aumentar o número de espécies em relação à lista anterior.

Para saber mais sobre biopirataria: www.renctas.org.br. Clique aqui para ler reportagem especial sobre o contrabando de aves.

O Ibama deverá liberar no início de 2003 a autorização e a regulamentação para o comércio de jabutis (Geochelone carbonaria e G. denticulata), iguanas (Iguana iguana) e jibóias (as subespécies Boa constrictor constrictor e Boa constrictor amarali) como animais de estimação. A decisão já foi aprovada pela Câmara Técnica Federal de Fauna, órgão consultivo do Ibama formado por especialistas de várias instituições de ensino, pesquisa e organizações não governamentais de todo o país.

O diretor de Fauna e Recursos Pesqueiros do Ibama, José de Anchieta dos Santos, afirma que, além de não estaream ameaçados de extinção, existe grande excedente desses animais nos zoológicos e nos criadouros credenciados pelo instituto. A regulamentação, diz ele, evitará que os animais sejam retirados ilegalmente da natureza.

Quando regulamentada, a venda dos animais silvestres deverá obedecer a critérios técnicos indispensáveis, tais como a marcação dos animais por meio de chips eletrônicos para identificação de origem, o certificado sobre as condições de saúde dos animais e as instruções sobre como criá-los.

Este texto foi escrito por: Webventure