A dificuldade para conseguir entrar em contato com o Corpo de Bombeiros pode ter contribuído para a morte de Alexssandro Marques, de 25 anos, que caiu ontem de uma altura de cerca de 50 metros, quando fazia montanhismo numa trilha na Pedra da Gávea. Logo após a queda, que aconteceu por volta das 12h15m, no ponto conhecido como Carrasqueira, montanhistas passaram uma hora tentando pedir resgate pelo celular. Segundo o coordenador de Operações do Corpo de Bombeiros, major Nelson, o socorro demorou porque os helicópteros tiveram dificuldade de chegar ao local em virtude dos fortes ventos.
De acordo com o bancário Marcelo Monte, de 23 anos, que acompanhava Marques, até os guardas municipais que patrulhavam o local tentaram acionar o resgate: “Eles ligaram para vários números, explicaram o grau de urgência do caso, mas não adiantou.”
A comerciante Andréia Diniz, de 32 anos, que também fazia a trilha, contou que ninguém atendia no telefone 274-4446, referência de emergência na Pedra da Gávea: “Quando falei com o 193, me mandaram tentar o 493-1234. Neste número, chegaram a me perguntar qual era o endereço da Pedra da Gávea.”
Outro lado – Os dois helicópteros da Coordenadoria Geral de Operações Aéreas (CGOA) chegaram ao local por volta das 13h25. Ainda na trilha, os médicos constataram que o rapaz havia sofrido traumatismo crânio-encefálico. Ele acabou morrendo no Hospital Miguel Couto. Marcelo e Alexssandro, que morava em Anchieta, já haviam percorrido a trilha seis vezes. Em outubro de 99, o engenheiro francês Jacques Henry, de 46 anos, morreu ao sofrer uma queda no mesmo local.
Segundo o coordenador de Operações do Corpo de Bombeiros, major Nelson, o helicóptero Águia 6 foi imediatamente acionado para o socorro, mas não conseguiu fazer o resgate por causa do vento. Outro helicóptero teve que ir em auxílio do primeiro. O major acrescentou que o atendimento foi mais demorado porque o rapaz teve de ser entubado antes da remoção.
Este texto foi escrito por: Webventure
Last modified: janeiro 24, 2000