Hirata acredita na força de órgãos reguladores do esporte (foto: Divulgação/ Copa North)
Com mais de 30 organizações em 10 estados brasileiros, o Enduro a Pé continua a crescer e a se espalhar por todo o território nacional. Hoje estimamos a existência de no mínimo mil equipes assíduas, o que resulta mais de 4000 praticantes regulares em todo o território brasileiro.
Mercado é o que não falta e nem locais adequados para a prática do esporte. No calendário anual, com exceção dos feriados, em todos os demais finais de semana está ocorrendo alguma etapa de um campeonato em algum canto do país. Em São Paulo, as equipes podem competir em todos os finais de semana e ainda podem se dar ao luxo de escolher o organizador, o local, o tipo de prova, a infra-estrutura, o investimento necessário etc.
A maior dificuldade encontrada nos campeonatos atuais ainda está em manter um nível aceitável de atendimento aos praticantes, principalmente por conta da escassez de patrocinadores que garantam um preço mais acessível aos competidores e a possibilidade de se investir mais em infra-estrutura por parte dos organizadores.
Crescimento – Temos visto o surgimento de novas organizações justamente onde já existem outras. Para os competidores, essa competição que se apresenta é favorável em termos de melhoria na qualidade dos serviços e na redução de custos. Para o esporte como um todo, o ideal seria o surgimento de novos organizadores que desenvolvessem outros mercados em cidades com potencial para se tornarem novos centros de divulgação do Enduro a Pé.
Em relação ao campeonato brasileiro, organizadores e competidores enfrentaram muitos problemas em 2006. O que podemos tirar de lições é a necessidade de uma maior transparência por parte dos organizadores, para que os competidores conheçam os problemas a serem enfrentados e possam contribuir para a realização do evento com sugestões e uma maior compreensão em relação aos acontecimentos. Não podemos deixar crescer uma ilusão sobre as condições que serão encontradas, pois após o evento, as críticas são inevitáveis, e muitas vezes ocorrem em proporções fora do controle emocional dos envolvidos.
Ainda mantenho as esperanças de que as relações entre os diversos organizadores do esporte venham a se tornar mais amigáveis, e que todo organizador adquira a consciência de que o esporte só será verdadeiramente nacional quando cada um estiver preocupado também com o desenvolvimento de seus concorrentes.
Um dos caminhos que podem levar a esse entendimento é a valorização dos órgãos reguladores do esporte, como as Federações Estaduais, a Confederação Brasileira e a Abrapep Associação Brasileira dos Praticantes de Enduro a Pé.
Posso afirmar que após a estruturação da Abrapep, as equipes de cada estado tiveram um acesso centralizado e muito bem organizado sobre dados das principais competições brasileiras e das equipes mais competitivas do país. Esse conhecimento sobre os números do esporte é fundamental para termos idéia do potencial do Enduro a Pé.
Ranking Brasileiro – Tenho a certeza de que o RBT Ranking Brasileiro de Trekking, administrado pela Abrapep, é uma referência nacional sobre o esporte, incentivando uma competitividade sadia entre as equipes e motivando muitas equipes a se aprimorarem para participar da categoria dos Graduados, a única que possibilita figurar no Ranking Brasileiro.
Enfim, apesar de alguns tropeços em 2006, acredito que vamos nos levantar mais amadurecidos e prontos para enfrentar novas situações. Nos principais grupos de discussão sobre o Enduro a Pé foram lançadas muitas idéias de competidores e organizadores verdadeiramente envolvidos que almejam o desenvolvimento do Enduro a Pé.
Vamos torcer para que essas idéias venham a se concretizar ao longo dos próximos anos.
Este texto foi escrito por: George Hirata