Macacão de Wing Suit embora limite movimentos não prejudica a segurança. (foto: Débora de Cássia)
Voar, desafiar os limites do céu, conhecer outros planos e sensações. Durante muitos séculos, os homens procuraram maneiras de vencer a gravidade. A Adventure Sports Fair, maior feira de Aventura da América Latina que está acontecendo na Bienal do Ibirapuera até o próximo domingo, levou ontem uma clínica especial para os amantes dos ares no Adventure Congress, congresso realizado paralelo à feira: Ricardo Pettená, um dos mais importantes pára-quedistas do país.
A grande novidade apresentada durante a clínica foi o Wing Suit. Trata-se de um macacão especial que permite a quem salta ficar mais tempo no ar, sem ter de abrir o pára-quedas. “Com o macacão de Wing Suit você se sente como um avião e você é a carcaça. É realmente uma sensação muito boa, além de permitir mais movimentos. Você vê uma nuvem, e pode chegar até ela com mais facilidade” explicou o irmão de Ricardo, Marcos Pettená, um dos pioneiros da modalidade e que já fez 100 saltos só de Wing Suit, também presente na clínica.
Durante o evento, o macacão foi mostrado e foi feita uma pequena demonstração de como os pára-quedistas o utilizam. Embora limite alguns movimentos, ele não causa problemas para a segurança de quem salta. Para iniciar nesta modalidade, porém, recomenda-se uma experiência de, no mínimo, 500 saltos.
De ponta-cabeça nas nuvens – Um pouco mais conhecido, o Free-fly foi outra modalidade tratada na clínica de Pettená. Nela, o pára-quedista salta não de barriga, mas de cabeça para baixo e fazendo as mais diversas manobras no ar. “É uma modalidade que exige muito controle de eixo e onde a velocidade pode chegar a até 350 km/h” explicou o cameraflyer Marcos Terraguar, campeão brasileiro com a equipe Skybrothers.
O Free-fly surgiu no início da década de 80 quando foram criados, nos Estados Unidos, os primeiros túneis de vento, que são usados para simulações de queda. Nesses túneis, era possível fazer uma série de manobras e, com o tempo, percebeu-se que também em ambiente natural ou seja, no céu, elas poderiam ser feitas.
Para a prática do Free-fly, porém, é preciso ter alguma experiência, além de fazer cursos específicos. “Para poder saltar de cabeça para baixo é preciso, antes de tudo, dominar as técnicas básicas do pára-quedismo convencional. Recomenda-se que a pessoa já tenha alguma experiência e que vá, aos poucos, dominando as técnicas. O tempo total de aprendizagem varia de acordo com a capacidade de assimilação de cada pessoa , explica Terraguar.
Surfando no Céu – Gui de Oliveira levou sua prancha e explicou um pouco sobre o Skysurf, modalidade cada vez mais conhecida. Gui, que ficou em terceiro lugar no Circuito Ford Ranger 2000, falou sobre a seguraça no esporte e também sobre o momento certo para aqueles que se interessam em ingressar na modalidade. Eu comecei a fazer Skysurf depois de 150 saltos e acho que foi uma escolha precipitada. A recomendação é de que as pessoas se iniciem depois de, no mínimo, 300 saltos, e acho que ela deve ser seguida, comentou.
Enquanto isso, na platéia, olhares curiosos e encantados com as possibilidades do pára-quedismo, esporte que vem ganhando, a cada dia, um número maior de adeptos. Acho que esse tipo de clínica é muito importante, tanto para as pessoas que já têm alguma experiência quanto para aquelas que nunca saltaram. É uma maneira de todos conhecerem melhor o esporte e terem acesso a novidades que não encontrariam em nenhum outro local, afirmou Pettená.
Serviço
O que:
Adventure Sports Fair; Webventure – estande 144 – setor Terra
Onde:
Pavilhão da Bienal do Ibirapuera, São Paulo
Quando:
até domingo, das 14h às 22h
Ingresso:
R$ 10,00 (pode ser comprado no local)
Este texto foi escrito por: Débora de Cássia
Last modified: novembro 10, 2000