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Ricardo Pscheidt e Gilberto Góis conquistam pódio na maior etapa da Brasil Ride

Redação Webventure/ Biking

Martin Gujan e Bischof Christof (foto: Divulgação/ Alexandre Cappi)
Martin Gujan e Bischof Christof (foto: Divulgação/ Alexandre Cappi)

Direto de Rio de Contas (BA) – Estratégia e superação colocaram a dupla brasileira Ricardo Pscheidt e Gilberto Góis no pódio da etapa mais longa da Claro Brasil Ride. Os brasileiros chegaram em terceiro lugar no percurso de 140 quilômetros entre Mucugê e Rio de Contas, na região da Chapada Diamantina. A etapa foi vencida pelos tchecos Robert Novotny e Kristan Hynek, com larga vantagem para os suíços Martin Gujan e Christof Bischof.

“Foi a etapa mais dura que já fiz na vida, quem terminar esse trecho já pode ser considerado herói”, desabafa Pscheidt. A dupla brasileira abriu fuga no quilômetro 25 e liderou sozinha até aproximadamente o quilômetro 80, quando as equipes suíça e tcheca fizeram a ultrapassagem. “Nossa estratégia no começo era seguir o primeiro pelotão. Mas lá pelo quilômetro 25 eles deram uma acalmada e nos deixaram na frente. Resolvemos aproveitar a oportunidade e escapar. Pena que não foi até o fim, mas ainda assim foi muito bom” completou.

Mesmo com o escape a dupla não conseguiu manter o ritmo na frente. “Próximo do quilômetro 80 começamos a sentir o cansaço. Não somos especialistas nesse tipo de prova. A dupla que estava em segundo nos passou com um ritmo muito forte, tentamos seguir um pouco mais, mas não foi possível. Depois fomos ultrapassados novamente em um momento crítico, quando paramos em uma casa para pedir água”, conta.

Mais Brasil – Em quarto lugar ficaram os brasileiros Edivando Cruz e Odair Pereira, que se impressionaram com a dificuldade do percurso. “É o maior desafio que já fiz na vida, mais que Tranrockies ou provas de 24 horas”, diz Odair. “O psicológico varia muito em uma etapa como essa, uma hora nos sentimos muito bem, outras nem tanto. O clima e terreno variam muito também, o que desgasta bastante. Nunca sabemos se estamos bem na prova, é uma briga psicológica” completa.

Edivando tomou um susto durante a etapa, caiu e bateu a cabeça no single track em uma região de floresta, mas contou a história sorrindo: “precisamos nos alimentar muito nessa prova, e eu estava comendo um pão na descida do single track. Passamos em um trecho de valetas e o pedal prendeu, acabei capotando, bati a cabeça e ralei a perna, mas não foi nada grave.”

Segundo ele, a estratégia para amanhã é ser mais cauteloso ainda, e comer mais. “Saimos com bastante comida, mas com a chuva e o frio gastamos mais energia, amanhã precisamos estar preparados para isso”, adianta Cruz.

Pneus furados, perseguição de cachorros e muito esforço fizeram o dia dos estrangeiros que lideram a Claro Brasil Ride. A dupla tcheca Robert Novotny e Kristan Hynek assumiram a liderança próximo do quilômetro 60 e andaram o restante da prova praticamente sozinhos.

“Estamos aqui mesmo para brigar pelo pódio, e na etapa de hoje conseguimos uma boa vantagem. Tivemos uma ótima sorte, já que qualquer problema técnico é uma perda muito grande. Foi uma etapa boa para sabermos que estamos em boas condições físicas para continuar”, avalia Kristan, que teve o pneu de sua bike furado três vezes durante a etapa. “Em duas consegui encher com o musse, mas na última foi preciso bombear um pouco de ar para chegar até o fim”, conta.

E não foram só as pedras que atrapalharam a dupla vencedora. “O single track foi muito difícil, não terminava nunca. Divertido em alguns momentos, mas começou a ficar cansativo demais. Tivemos até que correr de alguns cachorros que nos perseguiram, jogamos algumas pedras, pois eram três juntos tentando pegar a minha perna”, lembra.

Suíços – Martin Gujan, da Suíça, afirma que a primeira etapa da Claro Brasil Ride foi uma experiência inédita na carreira. “Foi a primeira vez que fiz uma prova de 140 km e com duração de sete horas. Geralmente treino cinco horas, nunca corri tanto. Sofremos muito, um sofrimento diferente das corridas curtas, tudo que queremos é chegar no fim, pensamos nisso mais do que na nossa velocidade”, explica o segundo colocado na etapa, ao lado do conterrâneo Christof Bischof.

“Do quilômetro 90 em diante foi pedalar para sobreviver, estávamos no nosso limite e fomos mais lentos. A parte da floresta foi bem difícil, o chão soltava muito e fomos bem lentos, talvez a 10km/h”, completa.

O resultado oficial sairá próximo das 18hs, horário local (19h em Brasília). A etapa desta terça-feira será um laço na região de Rio de Contas, voltando para a mesma cidade, com 85km e altimetria acumulada de 1.746 metros.

Este texto foi escrito por: Daniel Costa

Last modified: novembro 15, 2010

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