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Robert Scheidt e Bruno Prada sonham com medalha em Pequim

Já há duas semanas treinando e se adaptando em Qingdao, a dupla Robert Scheidt/ Bruno Prada se diz pronta para os Jogos Olímpicos de Pequim. O sonho olímpico da dupla começa no próximo dia 15, às 2h da manhã, horário de Brasília.

Competindo pela classe Star, o sonho da medalha dourada é o objetivo principal da dupla. “Essa fase de treinos foi muito importante. Mas não agüento mais treinar, quero competir, não vejo a hora”, disse Prada, em entrevista coletiva na manhã de sexta-feira (8), horário de Pequim, madrugada no Brasil. “Nosso objetivo é a medalha. Vamos com tudo e a ansiedade está crescendo a cada dia. Se começar mal, é correr atrás do prejuízo”, completou Scheidt.

Qingdao, a 700 quilômetros de Pequim, é a sede das competições de vela nas Olimpíadas. “A cidade se preparou muito bem para receber a Vela. No shopping tem barco exposto e várias coisas pela cidade fazem referência ao esporte. A marina é de primeiríssimo nível, melhor até que a de Atenas. O único ingrediente que melhorar, seria o vento”, comentou Scheidt, que será o porta-bandeira do Brasil na cerimônia de abertura (leia mais).

A dupla esteve na cidade no ano passado para o evento teste e já conhece bem as condições adversas de vento. Os 20 dias de treino antes dos Jogos foram essenciais para a dupla brasileira. “O Star é bastante técnico. É bem diferente da classe Laser, pois o Star é um barco que requer muito isso. Tentamos aprimorar o máximo possível nosso barco nesses dias”, explicou Scheidt, que vai em busca de seu terceiro ouro olímpico.

“Não fico pensando muito na terceira medalha de ouro. Se não sair com medalha, a vida continua. Vai vencer quem se sair melhor das situações difíceis. Lá tem muito vento fraco e muita correnteza, e isso influencia na estratégia da regata”, afirma Robert.

Concorrência – E se tratando de concorrência, os brasileiros apontam os suíços e ingleses como os mais bem preparados, já que trouxeram um barco próprio para ventos fracos. Segundo eles, os chineses são os mais fracos, mas há, pelo menos, nove países que podem brigar por medalha e todos os outros têm condições de vencer, ao menos, uma regata, das 11 programadas. “Fizemos tudo o que queríamos fazer. Estamos prontos. Tudo o que era possível fazer, foi feito”, afirma Bruno.

No início de julho, a baia de Qingdao foi tomada por algas, impedindo muitos velejadores de realizar os treinos. Mas esse problema parece estar resolvido. “Há quatro milhas da costa tem um cordão de isolamento para evitar as algas e uma equipe fica retirando algas o dia todo. Até agora, não tivemos nenhum problema em relação a isso”, afirma o bicampeão olímpico.

Cláudio Biekark, chefe da delegação de Vela em Pequim, elogia a qualidade dos atletas da modalidade. “A nossa equipe é composta de velejadores com experiência e velejadores que nunca participaram dos Jogos Olímpicos. O grupo está unido e estou surpreso com isso. Está sendo uma satisfação chefiar essa delegação”, disse.

Scheidt também não poupou elogio aos companheiros. “A delegação de vela é muito forte. Temos o Bimba (Ricardo Winicki, da RS:X), André Fonseca (49er), as meninas da 470 (Fernanda Oliveira e Isabel Swan), Bruno Fontes (Laser) e vários outros. É uma equipe jovem, renovada, com grande potencial para surpreender“, comentou o experiente velejador brasileiro.

Para Prada, está sendo uma satisfação competir ao lado do bicampeão olímpico. “Velejar com o Robert é um prazer. Velejamos juntos desde criança e temos uma amizade muito grande. É um grande atleta, reconhecido e sou um cara muito competidor. Tenho aprendido bastante”, afirmou.

Este texto foi escrito por: Thiago Padovanni