Roberta Borsari se recupera de uma lesão no ombro (foto: Dominic Rodwell)
O maior desafio para a canoísta Roberta Borsari está por vir. Entre os dias 19 e 28 de outubro a brasileira disputará o Campeonato Mundial de Kayaksurf, nas praias de Mundaka e Bakio, na Espanha. Além das californianas e inglesas e o mar gelado de ondas gigantes, Bebeta terá de driblar uma contusão no ombro.
A lesão aconteceu em sua última competição na Califórnia, o Festival de Steamer Lane, realizado no último mês de março. Desde então a atleta tem enfrentado uma dura maratona para se recuperar a tempo de sua principal disputa. Eu passei três meses e meio sem surfar. Estou me recuperando há seis meses e só agora estou voltando a treinar mais forte, a poder surfar, porque antes eu só podia remar em água parada, contou Roberta.
Apesar de contar com apenas os próximos dois meses de treinamento para valer e não estar em sua melhor condição, Bebeta tem um retrospecto internacional que, além de ser encorajador, é também bastante representativo. Ela saiu da 13ª colocação no Mundial da Irlanda, em 2003, para o 7º lugar no Mundial Pura Vida da Costa Rica, em 2005. Seu melhor resultado foi conquistado na seqüência, em 2006, quando conquistou a quarta colocação na Copa do Mundo de Kayaksurf, em Portugal.
Esta vai ser uma prova especial para mim até porque eu tenho uma expectativa, já que venho tendo um rendimento muito bom em todas as provas, explicou. Devido ao acidente, a canoísta precisou interromper o treinamento de manobras mais difíceis e ousadas, que poderiam ser cartas na manga durante o Mundial. No entanto, está se dedicando a manobras de boa pontuação.
As adversárias – Este Mundial vai ser muito difícil e muito concorrido, alertou. A brasileira de maior destaque no cenário do kayaksurf mundial acredita que suas principais adversárias sejam as americanas, em especial as californianas, além das inglesas e até as espanholas, que competirão em casa. O destaque vai para uma adversária de longa data, a britânica Tamsin Green. Estamos sempre competindo juntas. Eu estou sempre na cola dela, contou.
Outro agravante para a atleta será a baixa temperatura do mar. Não adianta, moro em um país tropical e não estou habituada, por mais que já tenha viajado bastante e tenha experiência em surfar em água fria. É diferente, a musculatura sente. Para mim vai ser difícil porque como eu estou me recuperando de uma lesão, a temperatura fria não colabora. Apesar das baixas temperaturas, o local é mundialmente reconhecido pelo surfistas e canoístas por suas ondas enormes, que podem chegar à quatro metros.
Para tentar minimizar este impacto e compensar os meses sem treinamento, Roberta passará mais tempo no local antes da competição para treinar e se habituar às condições do mar e do tempo. Mas é incrível como em nenhum momento eu deixo isso me abater. Eu estou super determinada a ir à prova. O sorriso no rosto e a empolagação sobre todos os preparativos comprovam seu otimisto.
Este texto foi escrito por: Roberta Spiandorim