Montanhista brasileira Roberta Nunes (foto: Arquivo Pessoal)
O montanhismo brasileiro perdeu ontem um dos maiores expoentes femininos da história. Roberta Nunes morreu ontem após um acidente de carro justamente em um de seus lugares preferidos, o Parque Nacional de Yosemite, na Califórnia, sede de algumas das vias mais famosas do mundo.
Hoje, os patrocinadores da escaladora estão trabalhando junto com a família e o namorado americano para trazer o corpo de volta ao Brasil. O consulado americano não abre hoje para esses assuntos. Só poderemos ver isso amanhã, lamentou Roberto Eli, um dos diretores da Serelepe, empresa que patrocinava Roberta Nunes.
É uma perda muito grande para todos nós, que a conhecíamos. A Roberta era uma pessoa encantadora. Dificilmente ela dirigia, tinha pavor de carro. Não tinha medo de altura, mas tinha de carro, completou Eli.
Esporte perde – Para Eliseu Frechou, montanhista editor do jornal Mountain Voices, organizador de eventos de escalada e amigo pessoal de Roberta, a perda pode ser irreparável. Ela era o expoente feminino do esporte. Não havia quem se comparasse a ela. Acredito que ela não terá uma sucessora por um bom tempo. É só ver o currículo dela, tanto em parede artificial como em montanhas, defende Eliseu. Infelizmente agora se forma um vácuo no lugar dela. A Roberta já estava no nível de vários escaladores homens de ponta, tinha uma garra impressionante, lamentou.
Era uma grande atleta, sempre com a idéia de novos desafios. Ela se dedicava integralmente ao esporte, completou Roberto Eli. Roberta Nunes pretendia ficar quatro meses entre os Estados Unidos e o Canadá, aproveitando a temporada de verão desses países.
Para o montanhista Nelson Bareta, todos os atletas do esporte perdem com a morte de Roberta Nunes. É uma perda imensurável para a escalada, não só pelo que ela fez, mas também pela quantidade de informação que passava aos outros. Ela contava os detalhes de cada escalada, escrevia, dividia as informações, e isso era muito bom para o esporte, lamentou.
Conheci a Roberta em 2001, mas não tinha muito contato. Como era boa no que fazia e sempre estava na mídia, dava gosto de acompanhar os seus feitos. Além do amor ao esporte, ela fazia as coisas com uma vontade impressionante. E escalou muito, não parou mais, concluiu Bareta.
Este texto foi escrito por: Daniel Costa