Rodrigo durante expedição em 2005 (foto: Arquivo Pessoal)
No mês de março se encerra a temporada de escaladas no Aconcágua, montanha mais alta das Américas e do hemisfério sul, com 6.962 metros de altitude, e começa a preparação para temporada de escaladas no ponto mais alto do planeta, o monte Everest, localizado na cordilheira do Himalaia, entre o Nepal e o Tibete, com 8.884 metros de altitude.
As ascensões ao Everest dão-se em maioria entre os meses de abril e maio por ser o período das monções em que há uma mudança na jet stream, ou correntes de ar, que reduz a velocidade das rajadas de vento. E será nesses meses que o montanhista Rodrigo Raineri irá para sua terceira escalada rumo ao topo do planeta. Por outras quatro vezes ele esteve na base da montanha.
A preparação para a expedição é intensa e divide-se em três partes. A primeira é a técnica, mas Raineri diz ter uma boa bagagem técnica e desta vez priva-se desses treinamentos. A segunda é psicológica, e ele afirma que já está bem consigo mesmo com relação a essa decisão. Eu já mentalizei bastante a situação de me encontrar lá no Everest, então já estou resolvido. E o Marcelo Romão vai mandar as previsões de tempo para mim, com as condições meteorológicas. Além disso eu estou vendo tudo sobre a expedição pessoalmente. Eu que farei compras no mercado para levar, vou resolver o cardápio. Tudo isso facilita, contou Raineri.
A terceira e última parte a ser trabalhada é a física, e nisso ele garante que há muito empenho em treinamentos de força, resistência e respiratória fazendo natação e apnéia. Ao lado de Rodrigo no desafio de subir o Everest pela face sul das outras vezes ele foi pela face norte , estará o cirurgião plástico de Campinas (SP), Eduardo Keppke.
Tranqüilidade rumo ao cume – A escalada já é conhecida de Raineri, e de acordo com ele não há muita diferença entre as faces sul e norte O maior problema encontrado pelo montanhista será o ar rarefeito e a falta de oxigênio na chamada zona da morte. Mas ele se diz tranqüilo com relação ao perigo que pode se deparar. Vou estar com a previsão do tempo uma hora antes do ataque ao cume, pretendo alcançar certas altitudes antes do ataque também, disse.
Mesmo não vendo um grande desafio técnico na escalada, Rodrigo afirma que nenhum ensinamento na vida é tão forte quanto o adquirido na montanha. Todas as minhas viagens para lá foram marcantes, umas positiva e outras negativamente. Cada viagem é um aprendizado. Os acontecimentos no Everest superam qualquer aprendizado que eu tenha aqui. As lições de vida na montanha são insuperáveis, garantiu Raineri.
Esta será a volta de Raineri ao Everest desde a morte de seu companheiro, Vitor Negrete, em 2006, quando ambos tentavam chegar ao cume.
Rodrigo Raineri conta com o patrocínio de Snake Calçados e Wizard Idiomas. Além disso conta com o apoio da Cia Athlética, Grade 6 e Lenços Presidente.
Este texto foi escrito por: Lilian El Maerrawi