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Rodrigo Raineri e Eduardo Keppke chegam ao Brasil após chegarem ao topo do Everest

Redação Webventure/ Montanhismo

Raineri e Keppke reencontram família (foto: Lilian El Maerrawi/ www.webventure.com.br)
Raineri e Keppke reencontram família (foto: Lilian El Maerrawi/ www.webventure.com.br)

Direto de São Paulo (SP) – Os montanhistas Rodrigo Raineri e Eduardo Keppke chegaram ao Brasil às 6h10 deste sábado (7), no Aeroporto Internacional de Guarulhos, após dois meses de expedição no Nepal, que culminou com a chegada de ambos ao topo do mundo, o cume do Monte Everest. Eles foram o 6º e o 7º brasileiros a conseguir o feito.

Recepcionados por amigos e família, a dupla chegou emocionada em rever todos e em voltar ao país com a missão cumprida. Raineri ressaltou os problemas que eles encararam com os sherpas no ataque ao cume. “Eles têm um modo de vida completamente diferente do nosso. Uma logística que não cabe com a nossa. Uma parte da nossa comida sumiu no ataque, e a gente acha que eles que não levaram simplesmente porque não quiseram, não achavam que seria necessário. E ficamos sem nossos isotônicos, carboidratos por isso”, contou o montanhista.

Outro problema enfrentado por eles, além do extravio das malas de Eduardo Kekkpe quando ele chegou em Katmandu, do extravio do seu passaporte na saída da montanha e retorno pro Brasil, e do vencimento do visto de ambos, foi o fechamento do Everest até 8 de maio pelo governo chinês para a subida da tocha olímpica ao cume.

“Com esse fechamento nós perdemos duas janelas de bom tempo e restaram somente os dias 21 e 22, mas nós evitamos o congestionamento na montanha, então atacamos o cume com ventos superiores ao que esperávamos”, disse Rodrigo.

O montanhista voltou à montanha após a morte de seu companheiro Vitor Negrete, em 2006, que faleceu após chegar ao cume do monte sem auxílio de oxigênio suplementar porém não aguentou os danos causados pela altitude e teve edema pulmonar e cerebral na descida do Everest.

Raineri se preparou e se aclimatou para fazer o ataque ao cume como Negrete, sem auxílio de oxigênio suplementar, porém o mau tempo o fez voltar atrás em sua decisão. No dia 26 de maio, ele passou a usar os cilindros de oxigênio, já que os ventos estavam em 60 km/h e a temperatura em 50 graus negativos.

“Claro perdeu um pouco da emoção chegar lá com auxílio de oxigênio, mas devido a má condição do tempo e todas as dificuldades que tivemos, foi uma grande conquista chegar ao cume e foi bem comemorado o fato”, contou Raineri, que dedicou o cume do Everest ao seu filho, Rodrigo, ao ex-companheiro de montanhismo, Vitor Negrete, e à namorada Graziela, além de sua assessora Sueli Rumi e patrocinadores. “Tirei foto no cume com a foto do Rodriguinho, do Vitor e da minha namorada. Tenho tudo filmado”, completou orgulhoso.

Já Eduardo Keppke, que de acordo com Raineri entrou na expedição quando ele já havia começado o planejamento de subir sozinho o Everest, a emoção de chegar ao topo do mundo é indescritível. Ele contou que fez toda a aclimatação como o companheiro, como se não fosse usar cilindros de oxigênio, e que a partir do Acampamento 3, na penúltima noite antes do ataque, passou a usar o oxigênio suplementar.

“Meu maior medo era a noite anterior ao ataque ao cume. Eu dormi a 7.100 metros e o Rodrigo a 7.400 metros e às 6h da manhã saímos para o Acampamento 4. Descansamos um pouco para fazer o ataque. Nossa previsão era chegar ao topo em 12 horas e voltar em 3 horas, mas fizemos a subida em 17 horas e a descida em 5 horas”, explicou Keppke.

“Ficamos uma hora lá no topo e isso renovou nossas energias porque estávamos cansados demais e porque as expedições ficam entre 5 e 15 minutos sempre. Foi maravilhoso, eu ví as nuvens lá embaixo e as outras montanhas ao redor”, contou o cirurgião plástico e montanhista.

A Descida – A volta de Eduardo Keppke e Rodrigo Raineri ao Acampamento Base do Everest deu-se em seis dias, porém do cume da montanha ao acampamento avançado, eles demoraram cerca de cinco horas, com ventos de 70km/h.

“Uma curiosidade é que na descida o Rodrigo estava sem a head lamp dele e eu estava o procurando pelo refletor que tem na parte de trás da bota, e quando vi a luz refletida na bota dele me aproximei, achando que era ele sentado, mas era um cadáver, só com as pernas de fora e a luz refletida era da bota da pessoa morta”, disse Keppke, que completou dizendo que o cadáver devia estar ali há alguns anos.

Raineri e Keppke seguiram de São Paulo para Campinas (SP), cidade onde eles moram, para alguns dias de descanso, antes de retomarem suas atividades profissionais.

Este texto foi escrito por: Lilian El Maerrawi

Last modified: junho 7, 2008

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