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Rota Sul exigiu bastante dos caminhões


Carlos Salvini: quando vimos que estava dando certo metemos a bota. (foto: Luciana de Oliveira / Webventure)

A categoria Caminhões teve diversos desafios durante o percurso do Rally Rota Sul, encerrado no último domingo, em Rio Grande (RS). Carlos Salvini foi o único a não ter problemas mais sérios, o que lhe rendeu a vitória. Já o campeão brasileiro Luciano Cunha garante que, na última etapa, largou com o caminhão totalmente sem condições de competir e contou com a ajuda do companheiro de equipe Alfredo Yahn. E André Azevedo, campeão do Sertões 2002, teve dificuldades desde o primeiro dia com o caminhão bastante pesado.

André e o navegador Róbson Pereira estrearam no Rota Sul o câmbio automático no caminhão Mercedes. O objetivo no rali era testar a inovação, que visa o Sertões 2003. O percurso exigente do primeiro dia, que incluiu areia e trechos fechados, foi o primeiro obstáculo para a dupla. “Na primeira especial, fiquei entalado entre as árvores. Enquanto isso, o Salvini, que vinha atrás de mim, passou bem, por outro lado; o navegador dele saiu do caminhão e foi andando na frente, olhando o caminho. Eu perdi mais de 50 minutos para tirar o caminhão de ré”, descreve.

Só na tração 4×2 – Na segunda etapa, André teve um problema na caixa de transferência e não cumpriu o trecho. No terceiro e último dia, só chegou bem tarde a Rio Grande (RS), ponto final do rali. “Por causa da quebra da caixa fiquei sem tração dianteira. Numa subida, o (Reinaldo) Varela teve uma quebra no carro dele e estava parado, de forma que eu não podia pegar embalo para subir enquanto ele não consertasse a bandeja”, relembra o piloto. “Demorou muito tempo, caso contrário eu poderia ter ganho essa última etapa, pelo menos. Mas vi que o caminhão tem potencial com o câmbio automático para ir bem no Sertões, vamos continuar os testes”.

O pesadelo se estendeu a Luciano. “Tivemos dois graves problemas de câmbio, deve ter sido na montagem. Nós trocamos dois câmbios e ambos quebraram, e com isso ontem (no segundo dia do rali) nós perdemos o carda e substituímos o traseiro pelo dianteiro”, descreveu. Para completar, o caminhão de apoio ficou preso em Osório e a equipe não pode contar com as peças de reposição”, descreve.

“Na última especial largamos com o caminhão sem condições de competir, sem tração, numa trilha bastante técnica e difícil. Com jogo de equipe, eu e o Alfredo conseguimos chegar ao final, eu em segundo e ele em terceiro.”

Caminhões baixos – Para o mecânico de Salvini, Fernando Chwaigert, o piso no Rota Sul castigou caminhões muito baixos, sobretudo no primeiro dia. “Os caminhões deles foram pegando nas dunas, então deu muito problema com caixa”, explicou. Fernando, por sua vez, não teve muito trabalho no rali, mesmo com o fato de o caminhão de Salvini só ter ficado pronto no sábado anterior à prova. “Só teve um probleminha na embreagem e na cabine, pouca coisa.”

Aproveitando as dificuldades dos concorrentes, Salvini viu que era o momento de acelerar. “Saímos com vantagem no primeiro dia e pensávamos em administrar, mas começou a dar certo e nós resolvemos meter a botina mesmo e ganhamos esta também”, comemorou.

“O caminhão ainda é praticamente uma categoria experimental, existe há uns cinco anos. Neste rali tivemos a surpresa de ter sete largando e com certeza no Sertões vai ter mais e eu tenho orgulho de ser um dos precursores”, completou Salvini.

Próxima etapa – O caminhão vencedor vai para a fábrica “para algumas correções”, segundo o piloto. “Vamos ver se fica pronto para a próxima etapa da Copa Baja (Rally Terra Brasil, também válido pelo Campeonato Brasileiro).” Luciano promete novidades no câmbio e no motor do seu Volkswagen e ele e Yahn deverão participar de todo o campeonato. Já André vai continuar testando o câmbio, mas só volta a competir no Sertões.

Outros dois caminhões participaram deste Rota Sul: o de Felício Bragante e Francisco Bragante Jr; e o de Luíz Antonio Matheus e Ronaldo Pires, o piloto de moto Ronaldão.

Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira