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Roupas de surfe e alpinismo para driblar o frio no Baja


Traje de neoprene por baixo do macacão ajuda Tiago Fantozzi. (foto: Luciana de Oliveira / Webventure)

São Joaquim (SC) – Está difícil encarar o frio. Na madrugada de sexta para sábado, véspera do prólogo (tomada de tempo) da prova, os termômetros na cidade mais fria do Brasil ficaram abaixo de zero. Imagine o que é pilotar em moto, com todo o frio, vento e umidade desta região serrana, em trajeto com mais de mil metros de desnível… Para driblar mais esta dificuldade, mesmo usando as roupas obrigatórias como macacão, botas e o capacete, os pilotos estão apostando em recursos de “colegas” de outros esportes.

Tiago Fantozzi, sétimo a largar neste domingo, está usando roupa de neoprene por baixo das de moto. “Estou com um conjunto para surfe que vai me isolar do frio”, conta. Ele já participou deste Baja, mas não esteve aqui na última edição, também caracterizada por muito frio, e pior, por chuva. “Na época estava sem patrocínio, por isso não pude vir. Tinha até desistido de correr profissionalmente este tipo de prova”, lembra o piloto que, meses depois, teve uma reviravolta na carreira com a vitória no Rally dos Sertões.

Quem também apelaria para roupas de surfista seria Moara Sacilotti, única mulher a participar deste Baja das Neves em moto. Acontece que ela foi traída pela memória. “Acabei esquecendo essas roupas e até meu casaco mais quente”, lamentou. Ela acredita que uma prova em clima tão frio é um treinamento para o Dakar, maior rali do mundo que ela vai correr em 2003. “Neste ano, devido ao novo trajeto do rali Marselha-Dakar, dizem que haverá ainda mais dias e noites frias.”

Já Jean Azevedo está usando roupas de material sintético para alpinismo. “Acho que neste domingo o frio deverá ser ainda mais forte, quem sabe até com neve… Com certeza vai ser um desafio a parte aqui no Baja”.

Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira