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Rubens Donizete vence Short Track São Silvano em Morungaba


Rubinho foi o grande campeão (foto: Fábio Angeloni/ www.webventure.com.br)

Morungaba – No último sábado (25) aconteceu na cidade de Morungaba, interior de São Paulo, a primeira edição do Short Track São Silvano, competição de Mountain Bike que reuniu os melhores atletas do Brasil. Disputado num formato inédito no país, o grande vencedor foi Rubens Donizete Valeriano, o Rubinho.

O palco da competição foi o loteamento São Silvano, local onde foi montado um circuito de 1.200 metros com terreno de terra, asfalto, grama e paralelepípedo, com curvas de alta velocidade e muitos pontos de ultrapassagem. Foram convidados 20 ciclistas, que iniciaram a prova num contra-relógio para tomada de tempo e definição da largada para a pré-final.

A pré-final aconteceu em duas baterias de 10 atletas, na qual os cinco melhores em cada uma se classificaram direto para a super final. Aqueles que não conseguiram passar direto para a próxima fase ainda tiveram a oportunidade de disputar uma repescagem, na qual os dois primeiros colocados passariam para a final.

Disputas intensas – Às 11h30, sob um forte calor e sol escaldante, os 10 atletas largaram para os 20 minutos mais uma volta da primeira pré-final. Logo de cara Rubinho assumiu a ponta, mas na terceira volta Kleber Nascimento encostou e passou a ser o novo líder, condição que não permaneceu muito tempo. Rubinho retomou o primeiro posto na passagem seguinte e passou a abrir em relação aos adversários, terminando em primeiro com a melhor volta completada em 2min23seg009. Kleber foi o segundo, seguido por Henrique Avancini; Gilberto Góes e Hugo Prado Neto.

“O Kleber veio me alcançando, então imaginei que ele viesse bem forte e deixei ele passar para que eu pudesse sentir onde ele estava acertando e errando no trajeto. Depois, como eu estava me sentindo bem, resolvi atacar e consegui me classificar em primeiro”, afirma Rubens. Ele disse também, que a segunda bateria estaria ainda mais forte e que deu sorte de não cair junto com os competidores daquele grupo.

Como previsto, a segunda pré-final foi mais acirrada, já que Ricardo Pscheidt e Robson Ferreira Lima brigaram até os últimos instantes pelo primeiro posto. Robson saiu na frente e completou as primeiras voltas na liderança, mas Pscheidt estava disposto a lutar com todas as suas armas para impedir um triunfo do adversário e foi para cima, até realizar a ultrapassagem e chegar em primeiro.

Apesar das brigas terem sido mais disputadas, os atletas não foram tão rápidos, já que a melhor volta de Pscheidt foi em 2min26seg901, quase três segundos mais lenta do que a volta mais rápida de Rubinho na primeira bateria. “O pessoal largou mais forte, mas depois começou a se estudar durante a disputa. No final o Robson acelerou, mas eu tinha energia guardada e fui para cima”, disse Pscheidt ainda ofegante. Robson foi o segundo, Renato Ruiz o terceiro, Edivando Souza Cruz o quarto e Arley Teixeira o quinto.

Segunda parte da prova – Após as duas baterias houve um intervalo para o almoço, momento em que os atletas puderam descansar e as equipes aproveitaram para realizar alguns reparos nas bicicletas. Enquanto a maioria se abrigava do calor no pit lane montado sob um deque, o único que permanecia na pista era Rubinho, que dava algumas voltas para não perder o aquecimento e para se manter focado.

Depois que todos estavam devidamente alimentados e descansados, às 14h38 foi dada a largada para a repescagem, etapa na qual os dois melhores teriam direto de participar da super final. Durante os 10 minutos mais uma volta, Thiago Aroeira, Gilberto Góes, Hugo Prado e Odair Pereira disputaram a ponta. Ao final, Thiago e Odair saíram classificados.

A grande final aconteceu às 15h30 e, momentos antes da largada os ciclistas faziam verdadeiros rituais para se concentrar, alguns se alongando, outros fixando o olhar no horizonte, entre outros gestos. Assim que o diretor de prova Edu Ramires autorizou a saída, todos começaram num ritmo forte mesmo tendo que encarar uma subida íngreme logo de cara.

Eram 12 atletas disputando 30 minutos mais uma volta, na tentativa de conquistar a farta premiação em dinheiro, algo inédito em provas nacionais. Até a metade a prova veio muito embolada, tendo diferentes líderes, entre eles Rubinho; Pscheidt e Robson Ferreira da Silva.

A partir da volta sete Rubinho mostrou toda a sua força e assumiu a ponta, deixando os concorrentes comendo poeira na briga pelas outras colocações do pódio e não teve problemas para cruzar em primeiro com 33min00seg720. Pscheidt foi o segundo com 33min23seg837 e Vando o terceiro com 33min28seg955, após uma intensa disputa a cada curva.

“Eu e meu treinador fizemos uma preparação forte de contra-relógio para essa prova e estamos colhendo os frutos de um ótimo trabalho. Corro Mountain Bike há 12 anos e esse ano estou muito contente com os resultados”, afirma Rubinho. Segundo ele, o formato da prova está mais do que aprovado. “É um formato que eu gosto, saindo no tudo ou nada logo de início, já que é uma prova curta”. Ele disse também que não correu o Brasileiro de Maratona mês passado e o Iron Biker nos últimos dias 18 e 19 por problemas técnicos, então se focou totalmente para o São Silvano.

Já Pscheidt se mostrava um pouco decepcionado por não ter conseguido o caneco dourado, mas aplaudiu o concorrente dizendo que ele está numa ótima fase. “Esse tipo de prova não é muito a minha característica, com explosão e velocidade. Larguei na frente, tentei me manter, mas comecei a perder posições e tive que fazer uma prova de recuperação. Todo mundo viu que não tinha mais como pegar o Rubinho, então acelerei nas últimas duas voltas para garantir a segunda posição”.

Quem também gostou do formato da prova e da colocação obtida foi o veterano Robson, que compete profissionalmente há 15 anos. “A prova foi um pouco mais dura do que eu esperava, já que venho de várias competições nesse segundo semestre. Mesmo assim não me intimidei e tentei atacar sempre, sabendo que uma fuga sozinho seria loucura”. Ele também se disse contente por participar de mais uma novidade no MTB brasileiro. “A prova é muito rápida, o detalhe faz a diferença. Esse formato é legal, pois as pessoas podem torcer pela gente e dar força, o que é muito importante”.

Rubinho levou, além dos R$ 10 mil, R$ 1.000 pela volta mais rápida do trajeto e mais R$ 1.000 por passar a primeira volta na liderança. Ele também conquistou uma medalha por ser considerado o atleta mais agressivo na busca por posições e por ter feito a pole position.
Se os atletas aprovaram a prova, os organizadores afirmam que o objetivo é manter o Short Track no residencial São Silvano para o ano que vem, além de tentar aprovar junto à Confederação Brasileira de Ciclismo um circuito da modalidade durante a temporada.

Este texto foi escrito por: Alexandre Koda