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Russo de 17 anos lidera o Mundial de Laser

Redação Webventure/ Vela

Mastro quebrado (foto: Ricardo Dubeux)
Mastro quebrado (foto: Ricardo Dubeux)

Direto de Fortaleza – Ontem foi o dia “D” da fase classificatória do Mundial Radial Open Masculino e Feminino. Após seis regatas, foi descartado o pior desempenho de cada um dos 165 velejadores, contando-se os outros cinco resultados. A classificação serviu para definir quem fará parte da flotilha ouro: os que ficaram na primeira metade da tabela de pontuação permanecem na briga pelo título do Mundial. A outra metade continuará velejando na flotilha prata, para definir sua classificação final no campeonato. Entre os 45 homens que formam a flotilha ouro no Radial Open, 18 são brasileiros. Nenhuma atleta do país, no entanto, ficou entre as 38 melhores no Radial feminino.

A Regata começou como sempre no horário, previsto, a haja vista o trabalho impecável dos juizes, e em particular , o que me orgulha muito como velejador veterano, vê amigos velejadores desempenhando o papel de juizes, e aqui quero o parabenizar o Ricardo Navarro e o Pedro Paulo , dois brasileiros que estão dando show na condução da comissão de regata.

Bandeira amarela e aquele emocionante tiro de largada, e lá vão eles para as ultimas duas regatas que iriam definir o roteiro dos próximo dias aqui em Fortaleza (Turismo ou Regata), pois os que ficarem entre os 38 melhores classificados estariam com direito a continuar sonhando com o cobiçado titulo de Campeão Mundial de Laser Radial de 2005.

De todas as quatro regatas do dia de hoje, a que mais me impressionou, foi a do segundo pelotão do open masculino, na qual o velejador da suíça Max Bulley, deu um verdadeiro show de perícia e coragem. Começou largando de uma forma não muito conservadora e logo cambou para a praia e fazendo desta perna de contravento o mais belo episodio deste torneio, e com certeza ficaram gravada na memória de cada velejador aqui presente que, às vezes, para ser campeão, vencer na vida, nós temos que arriscar…

Estratégia – Max montou a bóia de barlavento com quase 40 segundos a frente do segundo lugar Tiago Rodrigues, do Brasil. Após a montagem de forma brilhante, foi velejando com mesma perícia de quem já vinha planejado, preparado para fazer tudo certinho. Montou a bóia de sotavento e partiu para a perna de sota, aproveitando, ao máximo, as ondas e as rajadas para arribar e evitando perder a inércia adquirida.

Velejou como poucos ate aqui, foi abrindo a vantagem e conseguiu fechar a regata com seus 42 minutos de pura adrenalina. Da suíça para as paginas da historia da classe Laser. Deixando a segunda colocação para Tiago Rodrigues, do Brasil, seguido de perto por Daniel Jakobson (BRA) em terceiro, Francesco Peaggio (PER) em quarto e em quinto lugar Andre Arueira(BRA).

Classificação Parcial do Mundial de Laser Radial OPEN-Masculino

1º lugar – Igor Lisovenko (RUS) – 17 pontos perdidos
2º lugar – Eduardo Couto (BRA) – 20pp
3º lugar – Daniel Jakobson (BRA) – 23pp
4º lugar – Tiago Rodrigues (BRA) – 23pp
5º lugar – Andreas Perdicaris (BRA) – 27pp

O vento hoje foi quase um furacão para os sonhos da nossa Sarah Blank, que despencou da liderança do mundial para a terceira colocação, depois de conhecer o gostinho de andar no pelotão intermediário e terminar as regatas de hoje na 13 e 16 colocação.

Mas, como eu havia escrito ontem, o campeão será o mais regular. E quem vem desempenhando muito bem este papel, de todas as belas meninas que disputam o mundial feminino, e confirmando o superfavoritismo, é Paige Railey dos EUA, que mesmo sem vencer nenhuma regata assumiu a lideranca do campeonato, abrindo três pontos de vantagem sobre a alemã Petra Niemann, e 12 pontos para a terceira colocada, a ex-líder, Sarah Blanck da Austrália. “Ainda é muito cedo para comemorarmos alguma coisa, há muito para acontecer. Os ventos ficaram mais fortes e quero me manter entre as primeiras”, diz Paige

E as brasileiras? Elas estão aqui conosco, velejando e tentando fazer o máximo, as vezes, o impossível, de velejar com as melhores do mundo, as profissionais da vela. Ainda não foi desta vez que concretizamos o nosso sonho de conquistar este titulo, mas fica a certeza que temos um bom plantel e só precisamos apoiar sempre e darmos mais condições para que todas elas, independente das facilidades de penetração juntos as empresas privadas que cada uma tenha.

Precisamos urgente, de um incentivo mais amplo, falo aqui de base mesmo, para que velejadoras do Optimist migrem, cada vez mais cedo, para esta nova classe olímpica que é o Laser Feminino, e comecem a escrever um novo capitulo para esta historia.

Classificação Parcial do Mundial de Laser Radial FEMININO

1º lugar – Paige Railey (USA) – 19pp
2º lugar – Petra Niemann (GER) – 22pp
3º lugar – Sarah Blanck (AUS) – 31pp
4º lugar – Cecília Saroli (ARG) – 34pp
5º lugar – Anna Tunnicliffe (USA) – 34pp

Os trabalhos a aqui começam cedo com o Dr.Reis, um dos grandes militantes desta classe, sempre sorridente e simpático, que faz parte da organização, iniciando os preparativos para sumulas, informações, dados, pontos, inscrições, Internet… Como seria bom se nós tivéssemos milhares de Reis espalhados por todas as partes do nosso mundonáutico, só assim coisas iriam funcionar mesmo.

Bem, estou preparado para embarcar para mais um emocionante dia, são 12h , o sol e o vento confirmaram a sua especial presença. Daqui da praia já podíamos ter a certeza de que as coisas hoje seriam completamente diferente dos dois dias anteriores, quando os ventos não passavam de 11 nós.

Olhei com bastante cuidado para a área da regata e já notava alguns sinais de vento acima dos 13 nos, conforme a tabela de força de ventos da escala Beaufort.ou melhor ,Sir Francis Beaufort (1774-1857), almirante Britânico, que criou uma escala, de 0 a 12, observando o que acontecia no aspecto do mar (superfície e ondas), em consequência da velocidade dos ventos. Posteriormente, esta tabela foi adaptada para a terra. Em 1903 a equivalência entre os números da escala e o vento foi estabelecida pela fórmula:U = 1.87B3/2 onde U é a velocidade do vento em milhas náuticas por segundo e B é o número Beaufort.

Condições de vento – Hoje segundo esta escala podíamos tranqüilamente garantir, já aqui em terra que estávamos nos preparando para um vento de forca 3 , com designação de fraco, com velocidade variando entre 11 a 16 nós, o que causaria o seguinte aspecto do Mar: Pequenas vagas, mais longas, de 1,5 m, com freqüentes “carneiros”, e com uma Influência em terra onde as folhas das árvores se agitam e as bandeiras se desfraldam.

Empolgado e eufóricos estavam todos os quase 200 velejadores de todo o mundo, 39 paises, que começavam a fazer fila para receber a liberação para entrar logo na nas águas térmicas de Fortaleza e ter um dia de bons ventos!

Hoje iniciei meio dia no mar de uma forma super diferente dos outros, quando estamos sempre embarcando na lancha da imprensa. Hoje fui para a área de competição nos barcos da salvatagem do pessoal do corpo de bombeiros, que estão prestando um excelente serviço para os organizadores deste evento.

O barco, se assim podemos chamar, um inflável com motor de 25hp, que com as ondas fazia de nós, empolgados e felizes, verdadeiros pintos molhados, mas tudo bem, estávamos felizes porque não é todo dia que estamos navegando neste paraíso com uma temperatura de 34 graus e ainda se refrescando.

Nosso translado durou cerca de 20 minutos e quando chegamos a raia, nos deparamos com o primeiro serviço destes anjos do mar, agora num barco da Marinha do Brasil, que estava rebocando uma embarcação que tinha quebrado o mastro.Pensei comigo: Isto são sinais do vento e o mar confirmando as previsões da terra citadas anteriormente.

De perto – Ao chegarmos na embarcação da Marinha , fomos informados que tínhamos a tarefa de pastorar o ultimo pelotão , dando total segurança ao ultimo grupo. Foi um momento muito legal, pois tivemos oportunidade de vivenciar as emoções de quem esta acostumado e adora velejar sem se importar muito com os resultados.

Estou falando daquela turma que brinca de não perder o ultimo lugar, ate porque, segundo Edvaldo Barbosa,o mais Experiente da turma neste mundial:”.Temos mais tempo para curtir a raia e tudo que vem da natureza. Nos aqui atrás brigamos com muito afinco para não receber o bastão e chave da raia”, brincava o menino Barbosa.

Este texto foi escrito por: Ricardo Dubeux, especial para o Webventure

Last modified: dezembro 7, 2005

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