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Saiba como é feito o julgamento no pára-quedismo


Minniti e Tambor são considerados a melhor dupla brasileira (foto: João Tambor)

Originalmente uma necessidade militar, o pára-quedismo se tornou um esporte após a evolução do próprio pára-quedas, que passou a ter fendas direcionais traseiras para possibilitar a navegação para mais longe ou mais perto.

Diversas modalidades fazem parte das competições, como o Freefly, o Freestyle, o Skysurf, Estilo e Precisão e a Formação em Queda Livre (FQL).

No freefly o intuito é se divertir e proporcionar grande plasticidade nas imagens. Já, no estilo e precisão, algumas coreografias são feitas no ar e o atleta tem de acertar o alvo no chão. Os atletas da formação em queda livre têm de formam figuras em queda livre. No sky surf, o nome já explica, surfe no céu. O skysurfer salta com uma pranchinha presa no pé. O freestyle lembra um balé ou ginástica olímpica no ar.

Excluindo a modalidade de precisão, em que o atleta tem de acertar o alvo, como é feita a avaliação das outras modalidades na competição? Quais os critérios avaliados pelos juizes? Essas são algumas perguntas que muitas pessoas não sabem as respostas.

Quem chegar 1º ao chão ganha? – “Como que é feita uma competição de pára-quedismo? Quem chegar primeiro ao chão ganha?”, indaga Sadao Futaki, que nunca assistiu uma competição.

Não Sadao. Cada modalidade tem exigências próprias.

Em todas as modalidades os atletas participam de um treinamento e de mais cinco rodadas, todas contando pontos. No final, todas as rodadas são somadas, o que dá a classificação geral da etapa.

FQL – A competição de FQL exige muita união de equipe, coordenação e boa memória. Antes da competição é feito um sorteio para definir as figuras que os atletas formarão. “Cada rodada tem uma sequência a ser seguida, com algumas figuras”, diz Paulo Zanella, juiz chefe. “A plasticidade é muito importante nessa modalidade”, conta Jelson Amorim, juiz da modalidade.

Free – Nas modalidades free, como são conhecidas o freefly, o freestyle e o skysurf, o que vale é a união da técnica e a apresentação. “Nenhuma coreografia ou manobra específica é exigida na competição. Os atletas fazem o que sabem”, diz Marcos Terraguar, juiz de skysurf. “Para julgar uma competição olho a técnica que inclui a dificuldade e a apresentação das manobras – e o lado artístico, que será avaliado pelo que o cameraflyer filmou, inclui também um bom enquadramento”, diz.

No exterior, os campeonatos são julgados pelos organizadores, não pelos atletas, como acontece no Brasil. Porém, um atleta só pode julgar uma categoria diferente da que irá competir. “Prefiro que o julgamento seja feito pelos próprios atletas. No EUA, organizadores que não saltam a 10 anos julgam. Isso não é bom para a avaliação e o crescimento do esporte”, diz Terraguar.

O máximo de pontos que uma equipe pode conseguir numa rodada é de 100 pontos: 50 de apresentação e 50 de técnica. “Prefiro uma manobra inédita mal executada do que uma manobra que todo mundo faz, bem executada”, diz Terraguar. “Depois é só dar uns toques para a equipe tentar melhorar”, conclui.

Este texto foi escrito por: Romena Coelho